27/07/2008

É permitido o divórcio em caso de adultério ?!?!?!


Sendo essa frase do título repetida em tom afirmativo por um de meus parentes a uma pessoa ainda mais próxima de minha família, resolvi esclarecer esta questão que normalmente só seria debatida com protestantes dos mais variados naipes, mas como os 'frutos' do Concílio Vaticano II e os movimentos ditos "carismáticos" protestantizaram os católicos, eis que terei que defender um CLARÍSSIMO ensino Católico frente a uma pessoa católica, ou que se diz uma, para o bem de suas almas.

Digo que ao menos se considera Católica porque o [1] Concílio de Trento (Dogmático e infalível) dedica um cânon inteiro, o 7°, em que se define a infalibilidade da Igreja na interpretação da doutrina autêntica de Cristo:

[2]977. Cân. 7. Se alguém disser que a Igreja erra quando ensinou e ensina que, segundo a doutrina evangélica e apostólica (Mc 10; l Cor 7), o vínculo do matrimônio não pode ser dissolvido pelo adultério dum dos cônjuges e que nenhum dos dois, nem mesmo o inocente que não deu motivo ao adultério, pode contrair outro matrimonio em vida do outro cônjuge, e que comete adultério tanto aquele que, repudia a adúltera, casa com outra, como aquela que, abandonado o marido, casa com outro — seja excomungado.

Tomara que ela perceba que o erro é dela, e não da Igreja de Cristo; caso contrário estará excomungada, haja vista que pelo menos agora ela sabe o que a Santa Igreja ensina INFALIVELMENTE através do Dogmático Concílio de Trento, não podendo assim justificar sua errônea "interpretação" de tão importante e esclarecido assunto. Isso sem dizer que o matrimônio faz parte da Lei Natural, ou seja, a ignorância invencível seria bastante rara frente tal assunto, talvez impossível.

Eis a passagem bíblica que usaram (coincidentemente a mesma usada pelos protestantes para desunir o que Deus uniu) para justificarem o injustificável:

Todo aquele que repudiar sua mulher, a não ser em caso de adultério (incidente nisi fornicationis causa ), e casar com outra, comete adultério; e o que se casar com a repudiada, também adultera. (São Mateus XIX, 9).

[1]Esse texto deve ser explicado juntamente com alguns outros, no qual Cristo diz explicitamente:

"Qualquer um que repudiar sua mulher e se casar com outra, comete adultério contra a primeira; e, se a mulher repudiar seu marido e se casar com outro, comete adultério" (São Marcos X, 11-12).

[2]O que se permite é a separação, quando a vida em comum se torna impossível, por motivo gravíssimo (como o do adultério citado nesse texto do Evangelho) para a reta educação dos filhos, etc. ; mas jamais permitindo um novo casamento e/ou amasiamento para aquele que se separou, pois isso também seria adultério.

[1]O versículo de S. Mateus não pode ser interpretado senão como uma simples separação de corpos sem ruptura vincular.

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Outras passagens ajudariam o entendimento desta questão caso não usassem a feroz e assassina tesoura protestante, que corta o que lhe convém para justificação de suas heresias....
Portanto, a passagem de São Mateus, há de ser interpretada JUNTAMENTE com a dos outros Evangelistas: São Marcos (acima) e São Lucas (abaixo).

Todo o que larga a sua mulher e casa com outra, comete adultério; e o que esposar (casar com) aquela que foi deixada pelo marido comete adultério. (S. Lucas, XVI, 18).

Obviamente que inúmeras pessoas se sentem desamparadas e até mesmo desesperadas ao serem abandonadas ou traídas por seus respectivos cônjuges, podemos entender muito bem que esse sentimento é extremamente doloroso e realmente difícil, mas Jesus exorta-nos a entregarmos á Ele nossos fardos para que Ele possa diminuir o peso do mesmo. É n'Ele que devemos depositar nossa confiança. É n'Ele que devemos nos espelhar, sua Cruz e sua Coroa de Espinhos são indispensáveis, assim como a intercessão poderosa de Sua Sempre Santa Mãe, a Virgem Maria, para o desenrolar de histórias como estas... Creio ser desnecessário dizer que sozinhos não conseguiremos viver uma vida segundo a vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo!

O sentimento de desamparo e desespero, por vezes vem acompanhado por um de revolta, de revídio. Estes não são provenientes do Altíssimo, pelo contrário; é o Demônio que tenta aproveitar-se de uma desestabilidade das almas não-preparadas para a batalha espiritual, para consequentemente conseguir mais facilmente arrastá-las para o inferno, de onde NUNCA poderão sair.

Que os cônjuges abandonados e traídos possam oferecer suas dores para Áquele que também sofreu dores, morrendo ignominiosamente, para a remissão de nossos pecados e salvação de nossas almas.

AMDG

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[1]http://www.permanencia.org.br/revista/vida/Familia/Divorcio.pdf
[2]http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=doutrina&artigo=20071014103109&lang=bra

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