20/10/2009
Peregrinação da FSSPX á Lurdes 2009
A Fraternidade Sacerdotal de São Pio X tem o prazer de informar que na ocasião de sua peregrinação internacional á Lurdes, o Bispo Bernard Tissier de Mallerais celebrará a Missa Solene da Festa de Cristo Rei na Basílica de São Pio X no Domingo de 25 de Outubro de 2009.
Nós expressamos nossa gratitude ao Mons. Jaques Perrier, Bispo de Tarbes e Lourdes, e também pela hospitalidade das autoridades do Santuário, asseguramos á eles nossas orações.
Abbé Régis de Cacqueray, Superior do Distrito da França
17 October 2009.
http://sanctepater.blogspot.com/2009/10/bishop-of-lourdes-opens-doors-to-sspx.html
O que é eternidade?
Há uma concepção parcialmente errônea da atual divina eternidade entre aqueles que se contentam em definí-la como uma duração sem começo e sem fim, pensando vagamente a respeito como tempo sem limite, tanto no passado quanto no futuro.
Tal noção de eternidade é inadequada: porque o tempo que não tem começo, -não tem primeiro dia-, sempre será, entretanto, uma sucessão de dias, anos, séculos; uma sucessão abraçando um passado, um presente e um futuro. Isso de forma alguma é eternidade. Nós podemos voltar ao passado e enumerar os séculos sem jamais chegarmos no fim, assim como podemos pensar num tempo vindouro aonde nós imaginamos atos futuros das almas imortais como uma série sem fim. Mesmo se o tempo não tivesse começo, ainda assim nós teríamos tido uma sucessão de momentos variados.
O instante presente, que constitui a realidade do tempo, é um transitório instante entre o passado e o futuro ("nunc fluens", diz-nos São Tomás), um transitório instante como as águas de um rio, ou um aparente movimento do sol, do qual contamos os dias e as horas. O que, então, é o tempo? Como diz-nos Aristóteles, é a medida do movimento, mais especialmente da moção do sol ou da terra em torno do mesmo, a rotação da terra em seu eixo constituindo um dia e, um ano, ao redor do sol. Se a terra e o sol foram criados por Deus desde toda eternidade e o movimento regular da terra ao redor do sol não teve começo, nós não teríamos o primeiro dia ou o primeiro ano, mas teríamos sempre tido uma sucessão de anos e séculos. Tal sucessão teria tido, então, uma duração infinitamente inferior á eternidade; pois teríamos sempre tido a distinção entre passado, presente e futuro. Em outras palavras, multiplique os séculos por milhões e milhões e ainda teremos tempo, sempre; não importa a soma do resultado alcançado, pois ele nunca será eternidade.
Se definirmos, então, a divina eternidade como uma duração sem começo ou fim é inadequado, como definí-la? A resposta da Teologia é de que seja uma duração sem começo ou fim, mas com essa característica muito distinta, que nela não há sucessão de passado e futuro, e sim um eterno presente. Não é um rápido instante como o passar do tempo, mas um instante imóvel que nunca passa, um instante inalterável. É o "agora que fica, não o que flui e desaparece", nos diz Santo Tomás (Ia, q. 10, a. 2, obj. ia), como a manhã perpétua que não possui madrugada e não conhecerá anoitecer. Como devemos compreender esse único instante de uma eternidade imutável? Aonde tempo, essa sucessão de dias e anos, é a medida de um aparente movimento do sol ou a real moção da terra, eternidade é a medida ou duração do ser, do pensamento e do amor de Deus. Esses sim são absolutamentes imutáveis, sem mudanças, variações ou vicissitudes. Como Deus é, por necessidade, a infinita plenitude do ser, não existe nada para Ele ganhar ou perder. Deus nunca pode aumentar ou diminuir em perfeição; Ele é a própria imutável perfeição.
Essa fixação absoluta do ser divino extende necessariamente para Sua sabedoria e arbítrio; qualquer mudança ou progresso na sabedoria ou amor divino acarretaria imperfeição.
A imutabilidade, no entanto, não é uma imutabilidade de inércia ou morte; e sim da vida suprema, possuindo uma vez por todas tudo o que é possível e correto, não tendo assim que adquirí-la ou correr o risco em perdê-la.
(Continuação num vindouro post)
Excerto de Providência, Fr. Garrigou-Lagrange, O.P.
12/10/2009
O Concílio Vaticano II e a rejeição do Reinado Social de Nosso Senhor
Por Arcebispo Marcel Lefebvre
Nota: Este é um breve trecho do famoso sermão do Arcebispo em Lille, em 29 de Agosto de 1976. Encontra-se no magnífico livro "The Bishop Speaks": Writtings and Addresses 1973-1976
Finalmente, um terceiro erro, [o Clero Católico moderno] rejeita o reinado social de Nosso Senhor Jesus Cristo sob o pretexto que o mesmo já não é mais praticável. Eu ouvi isso da boca do Nuncio de Berne; Eu ouvi da boca do embaixador do Vaticano, Padre Dhanis, ex-reitor da Universidade Gregoriana, que veio em nome da Santa Sé pedir que eu não executasse as ordenações de 29 Junho. Era 27 Junho em Flavigny, e eu pregando um retiro aos seminaristas. Ele disse: " Por que você está contra o Concílio? " Eu respondi, " É possível aceitar o Concílio, quando em nome do mesmo você diz que todos os Estados Católicos devem ser destruídos, que não deve restar nenhum Estado Católico, e portanto, nenhum Estado aonde Nosso Senhor Jesus Cristo reine? Tal Estado já não é mais possível." Mas uma coisa é dizer que ele não seja possível, e outra é aceitar isso como princípio, e conseqüentemente, já não procurar o Reino Social de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas o que nós dizemos diariamente no Pai Nosso? " Vem á nós o Vosso reino, assim na Terra vomo no Céu." Que reino é esse? Ainda há pouco você cantou no Gloria; "Vós sozinho é Senhor, Vós sozinho é o mais elevado, Jesus Cristo." Devemos, nós, cantar estas palavras e ao mesmo tempo saírmos para dizer: " Não, Jesus Cristo não deve mais reinar sobre nós." Estaríamos, nós, vivendo ilògicamente? Somos nós católicos ou não?
Não haverá nenhuma paz na terra exceto no reino de Nosso Senhor Jesus Cristo. As nações encontram-se em conflito -cada dia temos páginas e mais páginas nos jornais a respeito disso, também na rádio e na televisão; e agora com a mudança do primeiro ministro: O que nós iremos fazer para melhorar a economia? O que nós iremos fazer para ajudar a moeda? O que iremos fazer para ajudar a prosperidade da fabricação, etc. Todos os jornais no mundo fazem tais perguntas. Bem, mesmo de um ponto de vista econômico, nosso Senhor Jesus Cristo deve reinar, porque o reino de nosso Senhor Jesus Cristo é o reino dos princípios do amor e dos mandamentos de Deus, que estabelecem o equilíbrio na sociedade, e que trazem justiça e o reino da paz. É somente com ordem, justiça, e paz na sociedade que a economia pode prosperar…
É o reino de Nosso Senhor Jesus Cristo que nós queremos; e nós professamos nossa fé, dizendo que Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus.
E é por isso que nós queremos a Missa de St. Pio V, porque esta Missa é a proclamação da realeza de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Missa Nova é um tipo de Missa híbrida, que já não é mais hierárquica; e sim democrática, aonde a assembléia toma o lugar do padre, e assim já não é uma Missa autêntica que afirme a realeza de Nosso Senhor. Pois como Nosso Senhor Jesus Cristo se tornou Rei? Ele afirmou sua realeza pela Cruz. " Regnavit a ligno Deus." Jesus Cristo reinou pela madeira da Cruz. Porque Ele venceu o pecado, venceu o diabo e venceu a morte pela Cruz: três magníficas vitórias de Nosso Senhor. Se dirá que isso é triunfalismo. Bem, se assim for; sim, nós queremos o triumfalismo de Nosso Senhor Jesus Cristo…
Na hora de minha morte, quando Nosso Senhor me perguntar o que foi feito com as benevolências de meu sacerdócio, não quero ouvir da boca d'Ele: vós contribuístes, aliados á outros, para destruição da Igreja.
http://www.cfnews.org/lefebvre-bsh-sp01.htm