25/07/2012

Condições da FSSPX impostas á Roma


Eu acho que é hora de comentar sobre esta nova revelação de Menzingen. Quando nós combinamos com o comunicado divulgado no início desta semana, podemos obter uma boa imagem da situação actual no governo da FSSPX sobre Roma.

Em primeiro lugar, a idéia de um acordo puramente prático é aprovada. É importante notar isso. A unidade não é baseada na confissão comum da fé, mas em um acordo prático em que a FSSPX concorda em discordar, assim como Roma.

Em segundo lugar, vemos dois conjuntos de condições abordadas pelo Capítulo Geral: três são "sine qua non" e três são apenas desejadas. O que elas nos revelam?

Das três primeiras, a primeira exige a liberdade de repassar a Fé (imagine exigir tal coisa de uma autoridade católica!), bem como a liberdade de repreender o erro publicamente. Agora, se examinarmos as ações da FSSPX, desde o início deste pontificado, nota-se a crescente falta de crítica das ações do Papa, especialmente quando comparamos com o último papa. Notei isso anos atrás e fui observando com preocupação, especialmente quando lia e leio os escritos e discursos deste papa no passado e no presente. Se eles são tão cuidadosos agora, creio que Roma não terá que temer as críticas. Observem o que acontece quando os sacerdotes se atrevem a ser demasiadamente francos em suas críticas ao modernismo em Roma.

Em segundo lugar, existe o uso exclusivo do Missal de 1962. Qual Missal de 1962? O que é usado pela FSSPX ou o com a nova oração de Sexta-Feira Santa? Ou, ainda, o novo planejado com "enriquecimentos"? De qualquer forma, existe a demanda para rezar de uma forma católica. Suponho que isso seja algo. "Por favor, deixe-nos rezar como católicos e não como hereges! Nós temos que ter essa cláusula. 

A última condição é a de um bispo. Isto é interessante. Quem seria esse bispo escolhido pelo Papa? Quem ele irá substituir? Pode-se ter certeza absoluta de que tal bispo sairia de dentro do fã clube dos acordistas da FSSPX. Talvez Dom Rifan teria tempo ou até mesmo Padre Berg! (Pe. Franz Schimidberger)

Em seguida, temos os três desejos. Mas no entanto, não haverá nenhum gênio para conceder-lhes. Tais desejos nos dizem muito sobre o que a Fraternidade está disposta a por em risco.

Em primeiro lugar, um tribunal eclesiástico em primeira instância. Isso seria como o tribunal de casamento em uma Diocese, que é a primeira instância em casos de casamento, embora fosse lidar com outros problemas também. Isso nos diz que a Fraternidade apenas deseja que Roma conceda esse tribunal. Se Roma disser "não", então diremos olá para os belos Tribunais Diocesanos de Anulação, e nós sabemos como eles são competentes.

Em segundo lugar, a isenção dos priorados, Capelas, etc. da FSSPX do bispo local. Incrível. Os rumores mais antigos falavam de locais com menos de três anos de idade. Agora se refere a qualquer local. Isso é uma esperança? Se não houver uma insistência absoluta, então veremos uma rápida extinção de vários locais da FSSPX e muitos outros vazios.

Em terceiro lugar, uma Comissão em Roma na qual a Tradição será a maioria sob o poder do Papa. Quem é "da tradição"? Será que a Fraternidade de São Pedro ou o IBP deixarão de ser considerados "da Tradição", de Roma? Será que vão fazer parte da festa? Ou haverá duas Comissões "Ecclesia Dei"? E qual será a Comissão para proteger a FSSPX dos graves erros ensinados pelo papa? Ou para proteger do próximo papa que será pior?

Se eu quisesse ser como o menino que apontou que o imperador não tinha roupas, eu poderia apontar que não se faz exigências ao Papa. Não dizemos o que o papa deve fazer para que se comprometa a estar sujeito a ele. O problema é que deve existir reivindicações. E por quê? Porque todo mundo sabe que o papa não é Católico, realmente. Precisamos ser protegido de Roma, não por Roma. Sabemos que as condições têm de ser previstas, porque a hierarquia é o problema. Porque não pregamos nem rezamos de acordo com a mesma fé, então todos os tipos de garantias têm de ser cumpridas. É um absurdo. Essa não é a unidade da Igreja. Isso é Anglicanismo, aonde cada ramo necessita sua própria administração. E, assim, como no Anglicanismo, aqueles que são mais conservadores precisam da proteção de bispos fora de suas dioceses, que têm que viajar para tais locais para praticarem sua forma especial de Anglicanismo. Isso não é Catolicismo.

Lutamos contra o Concílio porque ele não é Católico. Seus ensinamentos não são Católicos. A sua Missa Nova não é Católica. Sua espiritualidade não é Católica. Essa é a única razão pela qual lutar. Nós não concordamos em discordar. Para os católicos ou é a unidade da fé ou desunião. E o Novus Ordo não tem unidade real. É um guarda-chuva sob o qual várias espiritualidades contraditórias vivem sob a proteção ecumênica da Roma modernista. Nós não negociamos com um papa-Católico- nos submetemos a ele, porque ele realmente acredita na Fé Católica. Este (Papa) acredita em si mesmo, mas quanto à Fé Católica, objetivamente falando, ele prega uma nova fé. Convido todos a lerem o Discusso de 06 de Setembro de 1990, do Arcebispo Lefebvre, aonde ele expõe todo o problema, assim como sua única solução.

Estabelecendo condições inúteis, de modo a estar sob um guarda-chuva com os hereges não é a solução. Vamos tentar viver em uma maneira sobrenatural, isto é, sem manobras políticas que não nos levará a lugar algum, o que precisamos é da conversão do papa ... á Fé Católica. Não é nenhuma novidade querer que o papa seja Católico!, não é mesmo??



(Sublinhos, itálicos, etc. são meus)

Sermão do Padre Joseph Pffeifer - 22 de Julho 2012