18/12/2007

Jejum Eucarístico


A duração apropriada do jejum que antecede a Sagrada Comunhão é, por vezes, contestada entre os Católicos que tentam levar á sério tal assunto. Como relatado abaixo, a LEI da Igreja tem sido sujeita a múltiplas revisões no último século. O mínimo tempo LEGAL em rigor, requerido no ano de 2004 será colocado também abaixo a título de informação, de qualquer forma, temos que relembrar que a Fé Católica viva requer muito mais que o mero cumprimento do mínimo.


O Código de Direito Canônico de 1983 (Canon 919 /1) legisla: "Quem quer que esteja para receber a Sagrada Comunhão deve abster-se por pelo menos uma hora antes da Comunhão de qualquer comida ou bebida, com a única excessão de água e medicamentos." A mudança em aliviar a disciplina anterior, introduzida pelo Papa Pio XII na Constituição Apostólica Christus Dominus (6 de Janeiro, 1953) foi feita pelo Papa Paulo VI no Decreto Attentis Multarum (21 de Novembro, 1964). A Legislação de 29 de Janeiro de 1973 diminuiu o jejum de comida sólida e bebida para os doentes, os com idades avançadas e aos que auxiliam-os para o terço de uma hora (20 minutos). Consequentemente, para recepção da Sagrada Comunhão, eis as regras a serem saplicadas:


1) ÁGUA pode ser consumida a qualquer hora.


2) COMIDA SÓLIDA e BEBIDAS podem ser consumidos até uma hora antes da Comunhão. Para os doentes, os com idades avançadas e aos que auxiliam-os, comida sólida e bebidas podem ser consumidos até um terço da hora (20 minutos) antes da Comunhão.


3) O doente (não necessariamente de cama) também pode tomar medicamentos genuínos, sólido ou líquido, assim como bebida não-alcolica a qualquer hora antes da Comunhão.


ENTRETANTO, os fiéis que se encontram na posição de fazerem jejum, são exortados a observarem a antiga forma de Jejum Eucarístico que antecede a Sagrada Comunhão, na qual consiste total abstinência de comida e bebida, incluindo água, á partir da meia-noite; ou da aliviada forma de jejum legislada pelo Papa Pio XII, que consiste na abstinência de comida sólida e bebida alcolica por três horas, e de bebida não-alcolica de uma hora antes da Comunhão.


1962 Roman Catholic Daily Missal


14/11/2007

Um monumento colossal para uma diabólica desorientação.

Frente da nova "basílica" em Fátima.





A nova Igreja da Santíssima Trindade abriu em Fátima em 12 outubro, na noite do 90* aniversário do milagre do sol. É um projeto concebido e terminado pelo Reitor local Luciano Guerra, homem que permitiu hindus fazerem "adoração" no altar católico em Fátima no ano de 2004.

Secretário do estado do Vaticano, Cardeal Bertone, presidiu a consagração do edifício, abençoando a nova Igreja acompanhado por uma coroinha(!) que, ao seu lado carregava a água benta.

Eu viajei á Fátima para testemunhar o evento, e para fazer exame mais de perto da estrutura agora aberta ao público. É uma monstruosidade total, sem nenhuma alma. Tirei muitas fotos, uma pequena parcela é incluída no relatório desta edição.

De certa forma, o lugar necessita pouco comentário. A maioria dos que olharem para ele reconhecerão o horror. A alma católica que olhar nela é agitada em seu mais profundo ser, e sussurra as orações de reparação que um grotesco edifício assim poderia ser apresentado á Deus e ao mundo católico como "igreja", no exato ponto aonde Nossa Senhora visitou 90 anos atrás.

O edifício novo é listado como a quarta maior Igreja do mundo, seguindo atrás das estruturas mais católicas de São Pedro em Roma, Nossa Senhora de Aparecida no Brasil, e na Basílica de Nossa Senhora da Paz, Yamoussoukro, Costa do Marfim.

A arquitetura é primariamente funcional e assim completamente moderna. A finalidade principal no projeto do edifício é para o movimento fácil das grandes multidões que se reúnem em Fátima anualmente. O edifício assenta 9000 pessoas, tem um centro largo bastante para passar três caminhonetes aparelhadas no corredor principal, e não tem nenhuma coluna para não obstruir as transmissões ao vivo da televisão. Como em cinemas, o assoalho inclina-se para baixo da parte traseira à parte dianteira.

O exterior redondo, sem janelas, parece mais uma prisão de segurança máxima ou um aquário de baleia do que qualquer coisa remotamente católica. As grandes paredes de concreto que atravessam o centro e encontram com a parte traseira reproduz a aparência de algo extra-terrestre que vimos nos filmes. O edifício podia ser chamado "centro intergalático para a paz entre os planetas" que o público não se espantaria.

O interior cavernoso do edifício é rígido e frio, o equivalente espiritualmente a um freezer gigante. À parte do grande crucifixo, grotescamente com Nosso Senhor Jesus no topo dela com uma cara de homem-de-neandertal, o edifício pode ser confundido por algo das nações unidas. A ausência de janelas aumenta sua feiúra.

Atrás do crucifixo há um grande mosaico "da Jerusalém celeste", composto da arte - que é moderna- mas não tão ofensiva quanto a do resto do edifício.

O Santíssimo Sacramento é mantido em alguma área afastada que é impossível encontrar ou que é fechado ao público. Não há nenhuma lâmpada no Santuário. Um padre conhecido meu procurou pelo Tabernáculo por 15 minutos e nada encontrou. Perguntei a um outro padre que andava ao redor onde estava o Tabernáculo, "Eu não faço a mínima idéia" disse ele com um sorriso amarelo no rosto percebendo o tamanho absurdo.

Mas em compensação eles tem "uma Cruz alta" -- de aço-- uma monstruosidade de Crucifixo que chega a 110 pés de altura ao lado do novo templo. Parece que foram feito com resto de arames derretidos.

A comissão da Capela contratou o artista moderno alemão Robert Schad para projetar a Cruz "de acordo com a iconografia da nova Igreja da Santíssima Trindade ". De acordo com o Jornal de Notícias de 30 de Agosto, Schad foi selecionado por causa de "sua persistencia" com o Reitor Guerra e pela ajuda do arquiteto da basílica, o Grego Ortodoxo Alexandro Tombazis.

Schad descreveu sua obra de "arte" assim: "é um crucifixo voltado para o século XXI, mostrando um Cristo com estilo pagando tributo às culturas de todo o mundo... a simplicidade do trabalho tem também algo sensual".

Relatos do jornal mostram que o custo do edifício varia entre 85 e 99 milhões de dólares. A Igreja foi programada para abrir no dia 13 de Maio deste ano, mas numerosos atrasos impediram sua abertura até outubro.

A intenção ecumênica do edifício parece óbvia. O Cardeal Saraiva Martins disse na televisão Portuguesa que a nova basílica é Fátima para o século XXI e um sinal de inculturalização, pondo a Igreja bem no meio da cultura moderna.

O Bispo Antônio Marto, bispo de Lierra-Fátima, disse em meados de2006 que a nova basílica em Fátima não será um templo ecumênico, mas qualificou que a identidade de Fátima "permite o espaço para o diálogo universal e inter-religioso."

Em outras palavras, a Igreja em Fátima não será uma Capela inter-religiosa, e sim uma capela "católica" aonde a atividade ecumênica ocorrerá ocasionalmente.

A estrutura do novo edifício fala a língua do ecumenismo. O diretório 1993 para a aplicação do princípio e das normas do Ecumenismo, citados muitas vezes no Catholic Family News, incentiva as numerosas atividades inter-religiosas que sempre foram condenadas pela Igreja como graves pecados contra à fé.

Uma das propostas deste diretório é construir uma única Igreja a ser possuída e usada por Católics e por não-Católicos [ # 138 ]. Nestas Igrejas ecumênicas, O Santíssimo Sacramento deve ser colocado em um quarto separado de modo que não ofenda as sensibilidades dos incrédulos [# 139 ]

Do mesmo modo, o novo livreto do Cardeal Kasper, Manual para o Ecumenismo Espiritual, recomenda as várias maneiras que as propostas do diretório ecumênico sejam postas em prática.

O cardeal faz uma menção especial de como as Capelas Marianas devem se tornar ecumênica: "pague a atenção devida, nos santuários nacionais e internacionais dedicados á Virgem Maria, à presença e às necessidades pastorais daqueles visitantes que pertencem a outras igrejas e comunidades eclesiais disponibilizando apropriadas orações ou meditações, junto com o uso de sinais e de símbolos liturgicos apropriados." (pp. 34-35).

A nova basílica de Fátima parece ter seguido o diretório ecumênico na ausência de uma lâmpada pública do Tabernáculo ou do Santuário, e em manter o Santíssimo Sacramento em uma área remota impossível de encontrar. Não pode haver nenhuma dúvida que a basílica estaria projetada de acordo com os imperativos ecumênicos do Cardeal Kasper, haja vista que o manual do Cardeal era resultado das continuações de uma sessão plenária do Conselho Pontífico de 2003 para promover a unidade cristã. Os pontos em seu livreto seriam conhecidos aos oficiais da Igreja por muitos anos.

Seguindo as mesmas linhas, a quarta conferência européia dos diretores das perigrinações e dos reitores foram administradas em setembro de 2004 na Capela Mariana em Kevelear, Alemanha. A conferência foi promovida pelo conselho pontífico do Vaticano para o cuidado pastoral dos imigrantes e de povos itinerantes. A finalidade da reunião era avançar a prática do ecumenismo em Capelas e peregrinações dos católicos por todo Europa (veja CFN, Sept, 2006).

O rector Luciano Guerra de Fátima falou na conferência de Kevelear, que foi assistida por Católics, por cismáticos ortodoxos, por anglicanos e por protestants. Aqui, Guerra vangloriou-se de seus esforços ecumênicos em Fátima.

"Todo ano, pelos últimos quatro anos," disse Guerra, "nós recebemos a visita de um grupo de padres anglicanos acompanhados normalmente por um bispo. Permanecem diversos dias em Fátima, participando de algumas das celebrações, inclusive da Eucaristia, mas sem co-celebrar ou comungar. A Capela dispõe á eles em seu interior capelas chamadas "casas de alojamento", de modo que possam comemorar seus próprios ritos. Já este ano [ 2004 ] os anglicanos de Gibraltar fizeram seu sínodo em uma das casas alojandas na Capela."

O reitor Guerra, sendo completamente ecumênico, e sem dúvida que está ciente do incentivo do Cardeal Kasper em abrir Capelas Marianas à dimensão ecumênica, projetariam a nova igreja servindo à nova orientação da "inter-fé" ao invés da Fé Católica de sempre.

Assim fica claro que a nova basílica em Fátima é um monumento de desorientação diabólica dos neo-modernistas e do ecumenismo. Isto explica porque não há nada Católico em sua construção. Isto explica porque não há nada de santo em sua aparência. Isto explica porque um católico comum, que ainda tenha o senso de fé, pasme no edifício como se fosse algo de um outro planeta.

Mesmo o pobre e perplexo povo Português, independente de seu humilde temperamento em reconhecer algo que fizeram de errado. Uma mulher que eu conversei em Fátima disse-me que circulou perguntando a peregrinos portugueses o que pensaram do novo edifício. Cada um deles respondeu com um balançar dos ombros, definitivamente sem ser uma resposta de 90 milhões de dólares.

http://www.cfnews.org/dia-monument.htm

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Mas lembremos aqui que o devasto ecumenismo (devasto para o Catolicismo é bom ressaltar) é tolerante com Budas, Hindús, Krishnas, Protestantes de todos os naipes etc; ao ponto de eles fazerem uso dos nossos "altares" (mesas) católicos para adorarem seus deuses (demônios), mas é completamente intolerante quando o assunto engloba os simples católicos que só querem rezar como seus antepassados rezaram, que querem rezar o terço na língua da Santa Igreja Católica, que querem mostrar que dogmas não evolui, enfim, que querem ser autênticos católicos.

Esse vídeo abaixo mostra como CATÓLICOS são recebidos pelo Reitor Luciano Guerra no Santuário de Fátima, primeiro sua "hospitalidade" tentou espantar os devotos de dentro da Capela fazendo com que funcionários pertubassem-os com aspiradores de pó(!), não sucedendo ordenou que freiras entoassem outros cantos no microfone (ensaio? durante o Terço?) enquando os fiéis rezavam, um dos padres tentou tomar o microfone de tal freira e acabaram sendo expulsos de dentro do local por seguranças. Resolveram terminar o Santo Rosário do lado de fora, conseguiram! Mas tiveram que escutar um som ensurdecedor JAMAIS visto em tal volume, esse som é programado para as Missas Solenes do lado de fora, mas que desta vez fora usado em seu máximo volume para tentar espantar genuínos Católicos:



Kyrie Eleison, Christe Eleison.

26/10/2007

Adoração de Imagens - Idolatria



O Texto de Exôdo

Que, para nosso caso, não tem nenhuma diferença do texto do Deuteronômio (V. 7-9):

3. Não terás DEUSES ESTRANGEIROS diante de mim. 4. Não farás para ti IMAGEM DE ESCULTURA NEM FIGURA ALGUMA DE TUDO QUE HÁ EM CIMA NO CÉU E DO QUE HÁ EMBAIXO NA TERRA, NEM DE COUSA QUE HAJA NAS ÁGUAS DEBAIXO DA TERRA. 5. NÃO AS ADORARÁS NEM LHES DARÁS CULTO, porque eu sou o Senhor teu Deus, o Deus forte e zeloso que vinga a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem (Exôdo XX- 3 a 5).

Versículos 3* e 4*.

Vê-se claramente que estas imagens de que Deus fala no versículo 4* são as imagens dos DEUSES ESTRANGEIROS, de que falou no versículo 3*. No versículo 4* Deus quis que não façam imagem de escultura, NEM FIGURA DE COISA ALGUMA QUE HAJA OU NO CÉU, OU NA TERRA OU NAS ÁGUAS, entende-se que Deus não fala aí de qualquer espécie de desenho ou de pintura ou de escultura (assim estaria proibindo até o termos em casa o retrato de nossos pais, ou qualquer pintura decorativa representando flores ou peixes ou frutos etc.), mas sim de ídolos, de figuras de deuses falsos. Estes ídolos tomavam aqui e acolá inúmeras formas de pessoas, ou animais, ou de astros, ou de outras coisas. Tudo era deus, exceto o próprio Deus, como disse Bossuet. Por isto Deus proíbe os deuses estrangeiros, SEJA QUAL FOR A FORMA SOBE A QUAL ELES SE APRESENTEM.

E a prova de que Deus aí não se refere a qualquer imagem, a qualquer pintura, a qualquer semelhança, está no fato de que Deus mesmo mandou Moisés FAZER uma serpente de metal (se não há proibição de fazer qualquer figura ou semelhança de tudo que há em cima no céu, e DO QUE HÁ EMBAIXO NA TERRA, a serpente é um animal que há embaixo na terra): E o Senhor lhe disse: FAZE UMA SERPENTE DE METAL e põe-na por sinal: todo o que sendo ferido olhar para ela, viverá. Fez, pois, Moisés UMA SERPENTE DE METAL e pô-la por sinal e os que, estando feridos, olhavam para ela, saravam (Números XXI- 8 e 9).

Esta imagem de serpente em escultura era prefigurativa de Jesus pregado na Cruz: Como Moisés no deserto levantou a serpente, assim importa que seja levantado o filho do Homem, para que todo o que crê nÊle não pereça, mas tenha vida eterna.(João III- 4 e 15).

Deus mandou Moisés fazer também dois querubins de ouro (portanto IMAGENS de anjos EM ESCULTURA) para cobrirem o propriciatório: Farás também DOIS QUERUBINS DOURO TRABALHADOS A MARTELO, nas duas extremidades do oráculo. Um querubim estará a um lado, outro ao outro. Cubram ambos os lados do propriciatório com asas extendidas, e cobrindo o oráculo estaão olhando um para o outro com os rostos virados para o propriciatório, com qual se cobrirá a arca (Exôdo XXV -18 a 20).

Salomão, quando construiu o templo, mandou também fazer, por sua própria conta e risco, alguns querubins, bem como diversas figuras na parede: E pôs no oráculo DOIS QUERUBINS de pau de oliveira, de vez côvados de altura... Cobriu também de ouro os querubins; e fez esculpir todas as paredes do templo em roda de entalhes e molduras, e nelas fez QUERUBINS E PALMAS E DIVERSAS FIGURAS, como sobrepujando e saindo da parede (3 Reis VI - 23, 28 e 29). Entre essas figuras que havia no templo, estavam leões e bois que são animais que existem aqui em baixo na terra: E entre as coroas e lançadas havia LEÕES e BOIS e querubins (3 Reis VII - 29).

Ora, isto não foi do desagrado de Deus, pois quando Salomão terminou o templo e fez para lá a solene trasladação da arca, aconteceu que, logo que os sacerdotes saíram do santuário, uma névoa encheu a casa do Senhor; e os sacerdotes não podiam ter-se em pé nem fazer as funções do seu Ministério por causa da névoa, porque A GLÓRIA DO SENHOR TINHA ENCHIDO A CASA DO SENHOR. Então disse Salomão: o Senhor disse que ele abitaria numa névoa (3 Reis VIII - 10 a 12).

Portanto, quando os protestantes dizem, procurando imprecionar a gente simples: os católicos estão contra a Bíblia, porque a Bíblia proíbe FAZER IMAGENS e eles fazem imagens de Jesus Cristo, de Maria, SS.ma, dos anjos, e dos santos, trata-se de uma acusação muito fora do propósito. Deus proibiu aí no texto do Exôdo fazer imagens dos DEUSES ESTRANGEIROS, pois é dos deuses estrangeiros que Ele está falando. E a prova é que Ele mesmo mandou fazer outras imagens e Deus não cai em contradição consigo mesmo. Nem se concebe que Deus, tendo horror a quaisquer imagens, como querem os protestantes, fosse o primeiro a mandar fabricá-las.

E basta ler com atenção o Pentateuco, se não quisermos falar em todo o Antigo Testamento, para ver como a grande preocupação, se assim se pode dizer, de Deus, era fazer com que aquele povo pequenino como era o seu povo escolhido, cercado, como estava, de tantos povos idólatras, pois o eram todas as nações do mundo, não se deixasse contaminar pelo exemplo dos outros, adorando os deuses estranhos: Lançai fora os DEUSES ESTRANHOS que estão no meio de nós (Gênesis XXXV-2). Não fareis para vós DEUSES DE PRATA NEM DEUSES DE OURO (Exôdo XX-23). O meu anjo caminhará adiante de ti e ele te introduzirá na terra dos amorreus, dos heteus, ferezeus, dos cananeus, dos heveus, dos jebuseus, os quais eu destruirei. NÃO ADORARÁS O SEUS DEUSES NEM LHES DARÁS CULTO, não imitarás as suas obras, mas destruí-los-ás e quebrarás as suas estátuas (Exõdo XXIII-23 e 24). Eu entregarei nas vossas mãos os habitantes da terra e os expulsarei da vossa vista... Não habitem na sua terra para que te não façam pecar contra mim, servindo AOS SEUS DEUSES (Exôdo XXIII- 31 e 33). Não adores a DEUS ALHEIO. O Senhor tem por nome o zelador, Deus é zeloso ( Exôdo XXXIV - 14). Não vos volteis para os ídolos, nem façais para vós DEUS FUNDIDOS. Eu sou o Senhor vosso Deus (Levítico XIX-4) até nos DEUSES tinha exercitado a sua vingança (Números XXXIII - 4). Não seguireis os DEUSES ESTRANGEIROS dalguma das nações que estão a roda de vós (Deuteronômio VI-14). Se esquecendo-te, porém, o Senhor teu Deus, seguires DEUSES ESTRANHOS e os servires e adorareis, eu desde agora te denuncio que perecerás de todo (Deutoronômio VIII-19). E lá servirás a DEUSES ESTRANHOS, ao pau e a pedra; e ver-te-ás na última miséria, como ludíbrio e a fábula de todos os povos, onde o Senhor te houver levado (Deuteronômio XXVIII-36 e 37). Eles O irritaram adorando DEUSES ESTRANHOS e com as suas abominações O provocaram a ira (Deuteronômio XXXII-16).


Versículo 5*.


Vejamos agora o quinto versículo: Não as adorarás, nem lhes prestarás culto, porque eu sou o Senhor teu Deus, o Deus forte e zeloso que vinga a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem (Êxodo XX-3)


Já que o versículo 3* se refere aos deuses estrangeiros: Não terás DEUSES ESTRANGEIROS diante de mim (Êxodo XX-3); já que o versículo 4* : Não farás para ti imagens de escultura, NEM FIGURA ALGUMA DE TUDO O QUE HÁ EM CIMA NO CÉU E DO QUE HÁ EM BAIXO NA TERRA, NEM DE COUSA QUE HAJA NAS ÁGUAS DEBAIXO DA TERRA (Êxodo XX-4), como já provamos, se refere a imagens de escultura ou figuras destes mesmos deuses estrangeiros; está claro que a proibição de prestar culto, que lemos no versículo 5*: Não adorarás, nem LHES darás culto (Êxodo xx-5) se refere a imagens ou figuras destes mesmos deuses pagãos. Bastam os pronomes AS, LHES para nos mostrar que é aquelas imagens de que fala o versículo anterior que é proibido prestar culto. No versículo anterior, Deus proibiu FAZER tais ídolos. Mas podia acontecer que os judeus, nas suas viagens ou recebendo visitas de gente de outros povos, se deparassem com tais ídolos que eles, judeus, não tinham fabricado, mas que foram feitos pelos outros. Ou podia acontecer que alguém, mesmo no seio do povo israelita, teimasse em fazer tais ídolos. Neste caso era preciso que soubessem os judeus que também lhes estava proibido, tanto o adorá-los, como o prestar-lhes qualquer culto.

E a prova que Deus se refere a estes ídolos, a esta representações de deuses estranhos, está na razão que Deus lhe apresenta: Não adoraráa, nem lhes darás culto, PORQUE EU SOU O SNEHOR TEU DEUS (Êxodo xx-5). O que mostra muito bem que, sendo Ele o único Deus dos irraelistas, não quer entrar em pé de igualdade com DEUSES ESTRANHOS, nem quer ser subistituído por eles.

-É o caso de perguntar: Se você é obrigado a admitir (para não cair no ridículo) que o versículo 4* é endereçado só AOS JUDEUS, como pode provar agora que o versículo 5*, ou seja a proibição de prestar culto ás imagens não é também um preceito só pra eles? Este versículo 5* está, não só logicamente, mas também GRAMATICAMENTE ligado ao versículo 4*. Um preceito só para os judeos não atinge a nós, cristãos.

Continuação em breve...

Legítima interpretação da Bíblia, Lúcio Navarro.

24/08/2007

Planejamento Familiar "Natural" -Introdução- (NFP, Tabelinha)

Introdução


Seria possível que na Igreja fundada por Cristo, os bispos e os padres de Deus pudessem ensinar o erro? A história da Igreja diz-nos que pelo ano de 325 A.D., quase todos os padres e bispos aderiram e ensinaram a heresia do Arianismo. Começou por um padre chamado Arius, que declarava que embora Cristo fosse como Deus, não era o próprio Deus. O Arianismo insistia que Nosso Senhor era realmente superior ás criaturas , mas inferior á Deus. (Cath.Ency.Vol. Eu, p. 707). Entretanto em 325 A.D., o Concílio de Nicea definiu o ensino da Igreja na Divindade de Cristo como havia sido revelado divinamente pela Escritura e pela Santa Tradição da Igreja. Esta definição indicou que Nosso Senhor era Deus verdadeiro e Homem verdadeiro, Segunda Pessoa "co-igual" da Trindade Santa. Esta verdade infalível da Fé está uniforme até hoje. Tais sólidos ensinos da Igreja são parte do o que é chamado "o Magistério perene" ou Divino. Em sua conversa diante os knights of Colombo em 28 Maio, 1972, Arcebispo Fulton J. Sheen fez os seguintes comentários sobre o Arianismo:



Até a Revolução Francesa (1789), o homem cristão compreendeu e viveu sua vida como estando na dependência completa de Deus. Mas a revolução levantou um grito de independência de Deus, e o homem começou a procurarar maneiras de tornar-se auto-suficiente. Robert Malthus (1766-1834), um notável economista de seu tempo, havia dito que o mundo se tornaria superpopuloso pelos meados do século 18 se o homem não tomasse nenhuma atitude. Ele propôs que os povos deveriam, ou esperar até seus respectivos trinta anos de vida para se casarem, ou usar seu programa chamado "o método do rítmo" (ou a popular "Tabelinha"), que consistia em abster das relações sexuais durante o período fértil da mulher. (Essay on the Principals of Population as it Affects the Future Improvement of Society).



Os chamados "progressistas" e "mentes abertas" aderiram a esta idéia porque tal idéia encaixou-se perfeitamente com suas "progressivas e científicas descobertas", e com desejo moderno da alta suficiência ao invés da confiança em Deus. A criança que sempre foi considerada uma benção, passa a ser considerada um peso, uma carga. E assim se formou a mentalidade contraceptiva.

Margaret Sanger (1883-1960) cultivou, promoveu e pressionou tanto esta mentalidade que, eventualmente, conduziu a mesma até para dentro da própria Igreja Católica para aceitação (isto é, " moral") do controle de natalidade a ser encontrado! Isto ia em oposição ao Magistério Divino, que sempre proibiu esta idéia.

Na virada do século a unidade familiar ainda era forte. Os povos mostraram geralmente pouco interesse nesta moderna noção do controle de nascimento, embora fossem influenciados já pelo falso progresso "da ciência moderna" (juntamente com o genuíno progresso).
O ensino da Igreja através dos séculos, sempre foi de que toda forma de controle de nascimento é errada. Os progressistas rejeitaram este ensino, porque o mesmo não estava de acordo com seus ideais de auto-suficiência e da humanista irreligiosidade - sem falar do horror do sacrifício próprio que a falta do "planeamento familiar" poderia ocasionar. Suas disputas fizeram com que a hierarquia, equivocadamente, mas deliberadamente permitisse que os Teólogos examinassem o método rítimico -embora os pastores eram, ainda, proibido recomendar ou justificar esta prática (Integrity, junho, 1948).
Em 1930, o Papa Pius XI escreveu a Encíclica Casti Connubii, em que declarou que não ser errado, que os casais usem seus direitos conjugais (sexo) durante as épocas estéreis:
Nem esses (casais) são considerados como se agíssem contra à natureza, aqueles que no estado de casado faça uso de seus direitos de maneira apropriada, embora nas razões naturais do tempo ou de determinados defeitos, a nova vida não possa ser levada adiante.
Os progressistas usaram essas palavras como desculpa para justificarem o método rítimico, e apressaram-se em promovê-lo. Então mais tarde, o Papa Pius XII em uma alocução à União Católica Italiana das parteiras em 29 de Outubro, 1951, "deu a permissão" para o uso do rítmo sob determinadas circunstâncias. O Papa pode ter feito este julgamento baseado nas conclusões apresentadas pelos teólogos -mas isto não deixou de ser um erro revolucionário da mesma forma! Ele não tinha o poder de sancionar nenhuma teoria matrimonial que não fosse de acordo com a tradição da Igreja ou da Lei Natural -e tal novidade (método rítimico) era certamente uma!


Em Julho de 1968, o Papa Paulo VI publicou a Encíclica Humanae Vitae (Da Vida Humana), a primeira parte reinteraram o ensino do Magistério Divino que cada ato matrimonial deve permanecer aberto à transmissão da vida. Depois procedeu em anular este princípio permitindo
o rítimo, rítimo esse, que impede a transmissão da vida!

Ora, Cristo disse-nos que devemos julgar uma árvore pelos frutos -um princípio por suas conseqüências. Este trabalho procurará provar sem sombras de dúvida que as conseqüências da mentalidade do rítimo são contrárias ao código moral cristão. Conseqüentemente o ritmo se faz definitivamente um erro que está sendo propagado dentro da própria Igreja de Cristo, assim como na época do Arianismo. É um erro que tem de ser corrigido se os católicos quiserem ter suas conciências tranquilas e ver a moralidade tradicional ser reavivada.
Este livro não está sendo escrito para criticar a Igreja -que sempre proibiu solenemente que toda e qualquer forma de controle de nascimento, além de ser a perfeita noiva de Cristo e nossa Santa Mãe Igreja- mas sim a hierarquia em seu comando, que, repentinamente criou/permitiu esta confusão sobre o 'planejamento familiar natural' e o 'controle de nascimento' nas últimas décadas. Desejamos informar aos pastores de almas (sacerdotes de Cristo) sobre determinados fatos a respeito da natureza da mulher, e lembrar á todos que vierem a ler este trabalho, para que confiem em Deus Pai e Seu amor, e de Seu providencial carinho para com Suas crianças. Eu desejo incentivar os casais a invocarem o amor do Espírito Santo, de modo que, possam encontrar soluções divinas para seus problemas, e não o recurso da "falsa ciência" destes tempos rebeldes. Pois a união matrimonial impõe uma grande e bela responsabilidade diante de Deus. Levem ao coração as seguintes palavras, ditas pela própria Virgem Maria á Venerável Maria de Agreda, em Cidade Mística de Deus (A Conceção -página. 556):

A ciência mais valiosa do homem é saber renunciar-se inteiramente nas mãos de seu Criador, afinal, Ele sabe porque nos deu forma e para que fim cada homem é destinado. O único dever do homem é viver em obediência e no amor de seu Senhor. Deus carregar-se-á com a maior solicitude e cuidado daqueles que confiarem N'ele; Ele gerenciará todos nossos casos em todos os eventos desta vida, a fim de derramar bênçãos e benefícios para aqueles que confiarem assim em Sua fidelidade.
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Sra. Jeanne Dvorak


Ver também: http://stdominic3order.blogspot.com/2009/05/planejamento-familiar-e-o-dito-natural.html

31/07/2007

Fanfarronagem clerical, ou método prático para arrastar mais almas para o inferno

Da missa à farra

Padres deixam a batina depois da pregação e saem para curtir a balada

18/07/2007

http://www.folhape.com.br/folhape/materia.asp?data_edicao=18/07/2007&mat=52400

José Emerson (centro)
não dá ouvido ao que o povo pensa
e cai no passo

Fernando Rodolfo
Especial para a Folha


GARANHUNS - Eles saem para as baladas, dançam, curtem, tomam chope e outras bebidas “quentes”. Eles são jovens e são padres. O comportamento dessa nova geração de sacerdotes está causando polêmica e abrindo grandes discussões no meio da igreja. Quando chega o final de semana, os padres encostam as batinas e dividem o mesmo espaço em bares ou restaurantes com jovens e adolescentes, bebem e se divertem até altas horas da noite sem nenhum tipo de constrangimento.

Uns têm um estilo mais reservado e outros não vêem problemas em passar a noite em festas de rua, onde as atrações são bandas de forró, axé ou pagode. Edson Viana, 33, é um desseshomens de batinaque gosta de sair em companhia de amigos e enfrenta críticas dos fiéis. Pároco da Igreja de São Sebastião, ele encara com naturalidade a situação e chega a se comparar a Jesus Cristo. “Jesus tinha a fama de ser comilão. Jesus também tinha a fama de ser beberrão e muita gente hoje tem prazer em falar dos padres dizendo que os padres são beberrões. Do mesmo jeito se falava de Jesus. Nem ele escapou da língua do povo. De um povo que não faz nada e quer ser santinho. Já ouvi uma senhora dizer: isso aí é padre nada, é um beberrão. Do mesmo jeito era com Jesus”, justifica. Na página que mantém no site de relacionamentos Orkut, o padre confirma o seu gosto pela bebida.

O padre Marcelo Protásio, 36, da Catedral de Santo Antônio, também reza pela mesma cartilha e aceita convites de amigos para sair e se divertir em lugares públicos. Marcelo costuma fazer comemorações na casa paroquial sempre que termina alguma programação festiva na igreja. Nessas festinhas particulares, não falta bebida para dar ânimo ao ambiente. “Todo mundo está convidado para tomar um quentão agora”, disse ao final de uma de suas missas ainda no altar. O tradicional quentão nordestino é uma mistura de gengibre, vinho, cravo e cachaça. Protásio também já promoveu grandes festas na frente da igreja comemorando dia de Santo com bandas de forró e pagode.

O fato de eu beber cerveja não quer dizer que eu vou deixar de ser homem de Deus. Não vejo nada demais em tomar uma cerveja. Existem fatores positivos nisso. Por exemplo, quanto mais próximos das pessoas nós estivermos, mais possibilidades nós teremos de fazer a experiência de Deus na vida delas” alega. “Tem gente que só toma refrigerante, mas tem um comportamento completamente contrário a uma pessoa que diz ter fé em Deus”, completa.

CURTIÇÃO

José Emerson Alves da Silva
, 32, é outro padre que gosta de curtir a vida como qualquer outro jovem. Ele é da paróquia de Jupi, mas vai a festas de rua em toda a região. Sem dar ouvidos ao que o povo pensa, o padre cai no passo. “Em todas as festas da região as pessoas costumam me ver. Nós temos que ter uma presença em todas as camadas da sociedade. Uma cerveja não vai fazer mal a ninguém. O mal está na forma como o sujeito se comporta ao beber”, esclarece. O religioso é natural de Palmeirina e está sendo cotado na cidade para disputar um cargo político no futuro.

Paralelamente ao estilo de vida que cada um segue, eles desenvolvem trabalhos sociais nas comunidades das igrejas, cumprem rigorosamente as atividades eclesiásticas e aconselham fiéis que procuram ajuda nas salas de confissão. Ao mesmo tempo em que os jovens padres adotam esse tipo de comportamento, os sacerdotes de mais idade se dedicam mais para a vida religiosa. Apesar de ser bem mais velho do que os novos padres, Frei Joaquim Machado, 77, não critica o comportamento daqueles que estão começando a vida sacerdotal. Eu mesmo bebo cerveja ou qualquer outro tipo de bebida. O erro está em exagerar na bebida. Agora ir a bar ou restaurante, aí já não é comigo. Eu acho que pode beber quando estiver sozinho”, acredita.

7/18/2007

Bispo também consome bebidas

http://www.folhape.com.br/folhape/materia.asp?data_edicao=18/07/2007&mat=52401


Não é à toa que os jovens sacerdotes freqüentam festas e consomem bebidas alcoólicas. Pelo menos na diocese de Garanhuns, eles têm o aval do bispo dom Irineu Roque Scherer. “Eu também gosto de tomar uma cervejinha”, adianta. De acordo com o líder maior da diocese, não existe problema algum em um padre tomar vinho ou umas cervejinhas porque, segundo ele, o próprio Jesus Cristo foi consumidor de bebida alcoólica. Jesus realmente foi visto como um beberrão, acrescenta. “Ele gostava tanto da bebida que introduziu o vinho na celebração eucarística”, completa.

Dom Irineu garante que a opinião que tem sobre o assunto polêmico tem respaldo na doutrina bíblica. A interpretação que Scherer faz sobre o que a Bíblia ensina é de que o Livro Sagrado “quer que nós sejamos felizes”. Segundo ele, o fato de um padre ou um bispo consumir bebidas alcoólicas depende muito dos costumes de cada região. “Quando fui padre no Sul era normal jogar baralho no fim de tarde. Aqui as pessoas já estranham esse comportamento”, explica. “Que mal faz tomar uma cervejinha depois de três horas de celebração, quando você fica bastante suado ao sair do altar? O mal está na visão crítica das pessoas. Quem olha é que tem o coração sujo”, afirma o bispo.

Ele disse ainda que os fiéis ficavam chateados quando ele não aceitava o convite para ir a alguma festa. “Lá as pessoas ficavam até chateadas quando a gente não ia tomar uma cerveja”, dispara. Com relação à participação dos padres nas festas de rua, o religioso aponta uma justificativa, segundo ele, bíblica: “Jesus foi na casa de Levi e na casa de Zaqueu, que foram pessoas tidas como pecadoras e, além disso, ele freqüentava vários ambientes públicos.

A reportagem procurou ouvir a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a respeito do assunto polêmico. O secretário geral da regional Nordeste 2, padre José Albérico, disse que a CNBB tem competência apenas para tratar de assuntos que envolvem bispos. Como dom Irineu apóia o comportamento dos padres e disse que também bebe, o representante da entidade declarou que “o bispo fala apenas por ele e isso não quer dizer que a CNBB tenha o mesmo pensamento”. Segundo o padre José Albérico, o assunto precisa ser levado a uma discussão interna e devido a isso evitou aprofundar a discussão. “É preciso fazer uma reunião para ver o que a CNBB delibera. Não posso dar um depoimento isolado a respeito disso”, diz. Segundo ele, as declarações de dom Irineu serão levadas à próxima conferência.



Quanta baixaria! Quanta blasfêmia contra Nosso Senhor Jesus Cristo!!!

Não é possível dizer palavra sobre esses espetáculos horrosos desses padres mundanos! Padres assim clamam a vingança vinda do céu!

E sobre isso escreve Santo Afonso de Ligório:

"É extremamente grave o pecado do padre, porque peca com pleno conhecimento: sabem bem o mal que faz. Ensina Santo Tomás que o pecado dos fiéis é mais grave que o dos infiéis, precisamente porque os fiéis conhecem melhor a verdade; ora, as luzes dum simples fiel são bem inferiores às de um sacerdote. O padre é tão instruído na lei de Deus, que a ensina aos outros: "Porque os lábios do sacerdote hão de guardar a ciência, e é da sua boca que os outros aprenderão a lei". É muito grave o pecado de quem conhece a lei, porque de nenhum modo pode desculpar-se com a ignorância. Pecam os pobres seculares, mas no meio das trevas do mundo, afastados dos sacramentos, pouco instruídos nas coisas espirituais, envolvidos nos negócios do século. Como apenas têm um fraco conhecimento de Deus, não vêem bem o mal que fazem, pecando: "sagittant in obscuro", — arremessam as suas frechas na obscuridade como diz Davi. Os padres ao contrário estão cheios de luz, pois eles mesmo são os luzeiros destinados a alumiar os outros: "Vós sois o luz do mundo". Sem dúvida, devem os padres estar muito instruídos, depois de terem lido tantos livros, ouvido tantos sermões, feito tantas meditações e recebido dos seus superiores tantos avisos! Numa palavra, foi-lhes dado conhecer a fundo os divinos mistérios.

Sabem pois perfeitamente quanto Deus merece ser servido e amado, conhecem a malícia do pecado mortal, que é um inimigo tão contrário a Deus que, se Deus pudesse ser aniquilado, o seria por um só pecado mortal, como ensina S. Bernardo: “O pecado tende a destruir a divina bondade”; e noutro lugar: “O pecado, quanto lhe é possível, aniquila a Deus”. Diz o autor da Obra imperfeita que o pecador, tanto quanto depende da sua vontade, faz morrer Deus”. De fato, ajunta o Pe. Medina, o pecado mortal tanto desonra e desagrada a Deus que, se Deus fosse susceptível de tristeza, o pecado o faria morrer de pura dor. Tudo isso sabe o padre muito bem, e conhece por igual a obrigação em que está, como padre, cumulado de benefícios de Deus, de o servir e amar. Assim, diz S. Gregório, quanto melhor vê a enormidade da injúria que faz a Deus, pecando, mais grave é o seu pecado. (...) Está em paz a Igreja, e não tem paz: está em paz da parte dos pagãos,
em paz do lado dos hereges, mas não por certo da parte dos seus filhos. Os filhos dilaceram as entranhas da sua mãe. Na verdade a Igreja sofreu cruelmente da parte dos tiranos, que pelo martírio lhe arrebataram tantos fiéis; depois sofreu ainda mais cruelmente da parte dos hereges, que com o veneno do erro inficionaram muitos dos seus súditos; mas o seu maior sofrimento, a sua maior perseguição é a que lhe advém dos seus filhos, desses eclesiásticos indignos, que por seus escândalos dilaceram as entranhas maternais!Que vergonha, exclama também S. Pedro Damião, ver escravo da luxúria aquele que devia pregar a castidade! (SELVA - "Da gravidade e castigo dos pecados do padre" - I - Gravidade dos pecados do padre; "Do pecado da incontinência - II - Malícia do pecado de impureza do padre)

E a CNBB? Como fica calada diante de uma frase tão brutal de um bispo, chamando o Exemplar das Virtudes de "beberrão"? Não se pode dizer nada contra os falsos deuses, não se pode falar a verdade de uma seita, mas é tolerável blasfemar o Deus verdadeiro? Não é possível dizer que "todos os deuses dos pagãos são demônios" (Sl 95,5), mas é lícito chamar a Jesus Cristo, "Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro" de "beberrão"?

Os senhores padres e o Revmo. Bispo esquecem o que dizem os santos contra a bebericagem:

São Jerônimo: "Dum estômago aquecido pelo vinho, levantam-se os vapores impuros da luxúria." - Venter enim mero aestuans despumat in libidinem (Reg. Mon. de Abst.)

São Bernardo: "Desgraçado! Acaso, te equiparas a um animal e pretendes contentar tua alma com beber e comer e com os deleites sensuais?"

São Paulo: "Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!" (Gl 5, 19-21)

Que Nossa Senhora nos dê sacerdotes santos e zelosos!

Posted by Othon Campos at:
http://salveregina.blogspot.com/2007/07/fanfarronagem-clerical-ou-mtodo-prtico.html

21/06/2007

Mesa x Altar

Em tempos pós conciliares, aonde o Sacrário/Tabernáculo fora removido/arrancado do foco central de nossas Igrejas, aonde a Presença Real para muitos parece ser irreal, aonde deixam de dar o "melhor" para honrar o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, aonde literalmente demolem nossos altares em nome de um falso Ecumenismo, tentando assim igualar/rebaixar o Sacrifício do Calvário em uma mera "Ceia Protestante", Protestantes esses que NEGAM o aspecto PROPRICIATÓRIO da mesma; eis um pequeno mas elucidante vídeo aonde podemos notar a ENORME diferença no tratamento das coisas Sagradas.


Rezemos pelos que não tem acesso a Missa Romana, mas rezemos também para os que tem que passar por situações como esta do Indulto (insulto) abaixo.

Mas dentro das circunstâncias, eu diria que eles ainda conseguiram fazer muito, parabéns á esses filhos zelosos de Deus.



10/06/2007

Virgem de Guadalupe

A Virgem de Guadalupe:
desafio à ciência moderna

Para o ateu moderno, acostumado a dar valor só ao que julga provado pela ciência, o milagre de Guadalupe, no México, é no mínimo constrangedor. Pois a ciência prova que houve milagre!

Valdis Grinsteins

Uma pessoa não totalmente atéia, mas profundamente contaminada pelo pensamento moderno, dizia-me que aquilo que não é provado cientificamente não existe. Mas — típica contradição da alma humana — não queria falar do Santo Sudário de Turim, pois as descobertas científicas sobre ele a abalavam; e se fosse obrigada a olhar o assunto de frente, teria de negar o valor da ciência ou... converter-se.

Vejamos o problema do ponto de vista desses amantes indiscriminados da ciência. Para eles, tudo aquilo que não se demonstra em laboratório entra para o domínio da fantasia. Ciências, com C maiúsculo, são para eles a Física, a Química, a Biologia, etc. Já a História lhes parece suspeita, pois é irrepetível e muito subjetiva, ao depender de testemunhas. Muito mais ainda se for história eclesiástica, e o auge do suspeito lhes parecem as histórias dos milagres. São como o Apóstolo São Tomé, que precisou ver para crer. Para esse tipo de almas incrédulas, que havia até entre os Apóstolos, Nosso Senhor realiza certo tipo de milagres, de forma que não possam alegar a falta de provas. E uma dessas provas é a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, no México.(1)

No dia 9 de dezembro de 1531, na cidade do México, Nossa Senhora apareceu ao nobre índio Quauhtlatoatzin — que havia sido batizado com o nome de Juan Diego — e pediu-lhe que dissesse ao bispo da cidade para construir uma igreja em sua honra. Juan Diego transmitiu o pedido, e o bispo exigiu alguma prova de que efetivamente a Virgem aparecera. Recebendo de Juan Diego o pedido, Nossa Senhora fez crescer flores numa colina semi-desértica em pleno inverno, as quais Juan Diego devia levar ao bispo. Este o fez no dia 12 de dezembro, acondicionando-as no seu manto. Ao abri-lo diante do bispo e de várias outras pessoas, verificaram admirados que a imagem de Nossa Senhora estava estampada no manto. Muito resumidamente, esta é a história, que foi registrada em documento escrito. Se ficasse só nisso, facilmente poderiam os céticos dizer que é só história, nada há de científico.

Os problemas para eles começam com o fato de ter-se conservado o manto de Juan Diego, no qual está impressa até hoje a imagem. Esse tipo de manto, conhecido no México como tilma, é feito de tecido grosseiro, e deveria ter-se desfeito há muito tempo. No século XVIII, pessoas piedosas decidiram fazer uma cópia da imagem, a mais fidedigna possível. Teceram uma tilma idêntica, com as mesmas fibras de maguey da original. Apesar de todo o cuidado, a tilma se desfez em quinze anos. O manto de Guadalupe tem hoje 475 anos, portanto nada deveria restar dele.

Uma vez que o manto (ou tilma) existe, é possível estudá-lo a fim de definir, por exemplo, o método usado para se imprimir nele a imagem. Comecemos pela pintura. Em 1936, o bispo da cidade do México pediu ao Dr. Richard Kuhn que analisasse três fibras do manto, para descobrir qual o material utilizado na pintura. Para surpresa de todos, o cientista constatou que as tintas não têm origem vegetal, nem mineral, nem animal, nem de algum dos 111 elementos conhecidos. “Erro do cientista” — poderia objetar algum cético. Difícil, respondemos nós, pois o Dr. Kuhn foi prêmio Nobel de Química em 1938.(2) Além do mais, ele não era católico, mas de origem judia, o que exclui parti-pris religioso.

No dia 7 de maio de 1979 o prof. Phillip Serna Callahan, biofísico da Universidade da Flórida, junto com especialistas da NASA, analisou a imagem. Desejavam verificar se a imagem é uma fotografia. Resultou que não é fotografia, pois não há impressão no tecido. Eles fizeram mais de 40 fotografias infravermelhas para verificar como é a pintura. E constataram que a imagem não está colada ao manto, mas se encontra 3 décimos de milímetro distante da tilma. Para os céticos, outra complicação: verificaram que, ao aproximar os olhos a menos de 10 cm da tilma, não se vê a imagem ou as cores dela, mas só as fibras do manto.

Convém ter em conta que ao longo dos tempos foram pintadas no manto outras figuras. Estas vão se transformando em manchas ou desaparecem. No caso delas, o material e as técnicas utilizadas são fáceis de determinar, o que não acontece com a imagem de Nossa Senhora.

Um olho da Imagem visto de perto

Talvez o que mais intriga os cientistas sobre o manto de Nossa Senhora de Guadalupe são os olhos dela. Com efeito, desde que em 1929 o fotógrafo Alfonso Marcué Gonzalez descobriu uma figura minúscula no olho direito, não cessam de aparecer as surpresas. Devemos primeiro ter em vista que os olhos da imagem são muito pequenos, e as pupilas deles, naturalmente ainda menores. Nessa superfície de apenas 8 milímetros de diâmetro aparecem nada menos de 13 figuras! O cientista José Aste Tonsmann, engenheiro de sistemas da Universidade de Cornell e especialista da IBM no processamento digital de imagens, dá três motivos pelos quais essas imagens não podem ser obra humana:

• Primeiro, porque elas não são visíveis para o olho humano, salvo a figura maior, de um espanhol. Ninguém poderia pintar silhuetas tão pequenas;

• Em segundo lugar, não se consegue averiguar quais materiais foram utilizados para formar as figuras. Toda a imagem da Virgem não está pintada, e ninguém sabe como foi estampada no manto de Juan Diego;

• Em terceiro lugar, as treze figuras se repetem nos dois olhos. E o tamanho de cada uma delas depende da distância do personagem em relação ao olho esquerdo ou direito da Virgem.

Esse engenheiro ficou seriamente comovido ao descobrir que, assim como os olhos da Virgem refletem as pessoas diante dela, os olhos de uma das figuras refletidas, a do bispo Zumárraga, refletem por sua vez a figura do índio Juan Diego abrindo sua tilma e mostrando a imagem da Virgem. Qual o tamanho desta imagem? Um quarto de mícron, ou seja, um milímetro dividido em quatro milhões de vezes. Quem poderia pintar uma figura de tamanho tão microscópico? Mais ainda, no século XVI...

Tentativa de apagar o milagre

Assim como meu conhecido não desejava falar do Santo Sudário, outros não querem ouvir falar dessa imagem, que representa para eles problemas insolúveis. O anarquista espanhol Luciano Perez era um desses, e no dia 14 de novembro de 1921 colocou ao lado da imagem um arranjo de flores, dentro do qual havia dissimulado uma potente bomba. Ao explodir, tudo o que estava perto ficou seriamente danificado. Uma cruz metálica, que ficou dobrada, hoje se conserva no templo como testemunha do poder da bomba. Mas... a imagem da Virgem não sofreu dano algum.

E ainda ela está hoje ali, no templo construído em sua honra, assim como uma vez esteve Nosso Senhor diante do Apóstolo São Tomé e lhe ordenou colocar sua mão no costado aberto pela lança. São Tomé colocou a mão e, verificada a realidade, honestamente acreditou na Ressurreição. Terão essa mesma honestidade intelectual os incrédulos de hoje? Não sei, porque assim como não há pior cego do que o que não quer ver, não há pior ateu do que o que não deseja acreditar. Mas, como católicos, devemos rezar também por esse tipo de pessoas, pedindo a Nossa Senhora de Guadalupe que lhes dê a graça de serem honestas consigo mesmas.

E-mail do autor: valdisgrinsteins@catolicismo.com.br

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Notas :

1. Para a elaboração deste artigo, utilizamos o material publicado no site http://www.reinadelcielo.org/estructura.asp?intSec=1&intId=42, ao qual remetemos os leitores interessados em mais dados.

2. http://nobelprize.org/chemistry/laureates/index.html

03/06/2007

São Vicente Leríns e o teste da Tradição


O Concílio de Trento emprega este trabalho quando fala da interpretação da Sagrada Escritura. Os católicos devem se prender à interpretação dada pela Igreja como regra, mas outra coisa é a interpretação unânime dos pais da Igreja que é declarada infalível. Ambos aspectos são tratados no trabalho de São Vicente, aonde ele indica que as Escrituras são capazes de serem interpretadas de muitas maneiras; por isso a necessidade da igreja. São Vicente diz:
"como eles [os Católicos] devem distinguir a verdade da mentira nas Sagradas Escrituras? Eles devem ter muito cuidado para seguir esse curso que, no começo deste Commonitory, nós dissemos que os Santos e homens instruídos nos comandaram a interpretar o Sagrado Canon de acordo com as tradições da Igreja universal e de acordo com as regras da Doutrina Católica, aonde Católicos e a Igreja universal, devem seguir a universalidade, antiguidade e consentimento. E se em qualquer altura uma parte opõe-se ao todo, novidade invés da antiguidade, o(s) dissidente(s) que estão no erro no consentimento do todo, ou em todos os eventos da grande maioria dos Católicos, então deverão preferir a profundidade do todo ao invés da corrupção de uma parte; na qual esse mesmo todo eles terão de preferir na religião da antiguidade ao invés da profanidade da novidade; eles devem preferir primeiramente, se tiver, os decretos gerais de um Concílio universal, e se não houver nenhum tal, eles devem seguir vários dos muitos grandes mestres da Igreja. Nos quais seus ensinos tem sido fiéis, sóbrios e escrupulosamente observados, aí teremos pouca dificuldade em detectarmos os nocivos erros dos hereges na medida que eles aparecerem."
São Vicente questiona como devemos discernir a falsa doutrina e novidades, do verdadeiro ensino da Igreja. Sua resposta é sempre a mesma. Devemos buscar referências passadas dos anciãos. Porque essa doutrina é verdadeira, e é ensinada na Igreja Universal no passado. Se uma doutrina não está implicitamente contida no que esteve ensinado sempre, conseqüentemente deva ser falsa. As regras de São Vicente são bem conhecidas:
"além disso, na própria Igreja Católica, todo o cuidado possível deve ser tomado, para que nós possamos manter essa Fé que fora acreditada em toda parte, sempre, por todos. Pois isso é verdadeiramente e estritamente "Católico," na qual o próprio nome e razão declara, compreende toda universalilade. Esta regra nós devemos observar e seguir universalmente, antiguidade e consentimento.

(continuação em breve)

05/05/2007

Vá para o Limbo!


Depois que o papa Bento XVI recusou-se a assinar o documento que falsifica a doutrina sobre o Limbo das crianças mortas sem batismo, chega-nos agora a notícia de que o documento acaba de ser publicado com a autorização do Pontifice. Método típico da Revolução, que toma atalhos extra-oficiais apimentados com uma ou duas mentiras difíceis de serem confirmadas. Ou será que, de fato, teria o papa autorizado a publicação? Por enquanto não encontrei nenhuma versão oficial da notícia, mas o texto é citado pelas agências de informação.

Quanta asneira dizem esses falsos teólogos! Quanta arrogância e pretensão, de querer enganar o povo fiel com argumentos tendenciosos e de falsa doutrina. Basta uma formação média na doutrina para sentir o cheiro da heresia. Iniciam seu raciocínio com a questão da vontade de Deus. Dizem estes senhores que Deus é misericordioso e quer a salvação de todos os homens. Dizendo assim, parece que a Igreja Católica, de tantos santos doutores, de um Sto Anselmo que festejamos neste dia 21 de abril, de um São Tomás de Aquino, de tantos santos papas, não percebeu, ao longo de seus dois mil anos, a límpida verdade. Ora, ora... descobriram a pólvora! Deus quer a salvação de todos os homens! Pois eu digo que se Jesus Cristo estivesse diante desta tal comissão, diria: "Raça de víboras"! porque não apresentam aos fiéis a doutrina completa sobre a vontade de Deus? Porque não dizem que, na sua vontade absoluta, sim, Deus só pode querer a salvação de todos os homens. Mas na sua vontade aplicada, ou seja, diante da realidade de cada um dos homens, a vontade de Deus como que respeita as circunstâncias das causas segundas, da vontade livre do homem, da situação das almas, dos atropelos da vida. A vontade de Deus só se torna eficaz com a colaboração do homem. Se assim não fosse, seríamos robôs, e não seres criados à imagem e semelhança de Deus.

Depois de falsificar assim o princípio básico do raciocínio, a quadrilha de "teólogos" parte para outra frente de combate revolucinário: a doutrina do Limbo seria apenas uma hipótese teológica. Desconhecem estes bastardos da fé o modo como a doutrina da Igreja forma sua unidade coesa e sólida? Claro que sabem. Mas escondem e querem impor a novidade a qualquer preço, e escondem a verdade. E onde está a verdade? É dogma ou não é dogma? A verdade é que a teologia católica não é feita apenas de dogmas. Existem muitas verdades anexas aos dogmas, as quais, se forem negadas, atingem em cheio o dogma a que elas se referem. Por isso elas são intocáveis, não havendo autoridade neste mundo que as possa mudar. No caso do Limbo, o dogma do pecado original e o dogma da necessidade do batismo para a salvação. Com que autoridade podem eles sair por aí, numa revista americana, com ou sem o aval do Vaticano, dizendo que o Limbo é uma hipótese? Hipótese é Vaticano II, meus senhores! Hipótese é esta tese revolucinária, anti-católica, herética e que só serve ao senhor das Trevas. E porque razão pretendem estes modernistas evolucionistas, prestidigitadores, que os católicos deixem de dar seu assentimento de fé ao que a Igreja sempre ensinou, com a garantia de dois mil anos de santos e santidade, para aderir a eles? E por quanto tempo, pergunto eu, deveriam os católicos "obedecer" a estas fantasias? Até que um próximo passo seja dado e um documento novo venha acrescentar que, na verdade, não é só o Limbo que não existe, mas o inferno também?

Do mesmo modo, ao afirmar que é pela misericórdia de Deus que se estabelece esta novidade, mostram o total desconhecimento dos dogmas referentes a Deus. Reduzem a misericórdia divina a um sentimento humano, onde Deus teria pena das crianças mortas sem batismo, como se fosse possível para Deus ter sentimentos de pena e agir como um homem poderoso que agracia um criminoso que lhe pede perdão. Quanta fantasia. E dizem que são teólogos! Os autores tentam afirmar que esta doutrina não atinge o dogma do pecado original. Vamos mostrar que atinge sim.

A questão do Limbo está ligada intimamente à doutrina da necessidade do batismo para se entrar no Céu. Isto é um dogma da nossa fé, declarado explicitamente por Nosso Senhor a Nicodemos: "Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito Santo não entrará no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne e o que nasceu do Espírito é espírito." (S. Jo, 3,5) Já aqui nos deparamos com uma justificativa dos modernistas de quererem acabar com o Limbo. De fato, depois de Vaticano II, estabeleceu-se a prática de deixar o batismo para um momento em que a pessoa possa escolher. Prática certamente diabólica, pela qual muitas almas, já contaminadas pelas tentações, tomaram o caminho do pecado e se embrenharam nas trevas do inferno. Porque, se é indiferente às crianças antes da idade da razão, morrerem com ou sem batismo, então desaparece a necessidade de batizar-se desde o nascimento. Mas não é esta a Tradição dos Apóstolos: "A Igreja recebeu dos Apóstolos a Tradição de batizar também as criancinhas" (Orígines, Ad Rom. VI,6). E o Concílio de Trento determinará que sejam batizadas as crianças recém-nascidas "ex traditione Apostolorum" (Dec. sobre o Pecado Original, 4). Sejamos honestos: não se pode dizer que o Limbo não existe porque Deus, na sua misericórdia, leva as almas das crianças para o céu mesmo sem batismo e, ao mesmo tempo, afirmar que esta nova doutrina não afeta o dogma do pecado original e da necessidade do batismo.

Vários erros grosseiros são cometidos por esta super "Comissão Teológica Internacional", da Congregação para a Doutrina da Fé. Segundo as citações apresentadas pela imprensa, um dos membros "acrescentou que os muitos fatores analisados oferecem a suficiente base teológica e litúrgica para se acreditar que as crianças que morrem sem batismo se salvarão e gozarão da visão beatífica". Pelo visto estas razões teológicas são tão fracas quanto o argumento levantado na notícia: Para este membro da Comissão, no caso das crianças mortas antes da idade da razão, a misericórdia de Deus prevalece sobre o pecado. Oh! trevas da ignorância; Oh! astúcia do antigo inimigo! A quem querem estes senhores enganar? Pois quem foi que disse que as crianças mortas sem batismo vão para o Limbo por causa do pecado? Este senhor acaba de provar que o Limbo existe, pois se a razão da não existência do Limbo é uma suposta prevalência da misericórdia sobre o pecado, basta assinalar a doutrina católica que dá razões bem diferentes para a existência do Limbo e todo o trabalho desta comissão será posto a nu diante de todos, como mais uma armação contra a fé católica.

De fato, o que obriga a existência do Limbo é a ausência de vida sobrenatural antes do batismo. Esta ausência se deve à presença do pecado original, sua marca na alma. Mas a presença do pecado original não significa que exista a culpa do pecado original, sendo esta atribuída a Adão e Eva. Não havendo a culpa, não há como se contrapor a este pecado a misericórdia de Deus. Esta só poderia ser apresentada como argumento diante de pecados pessoais, com a culpa correspondente. Mas, por definição, estes pecados atuais não existem na alma das crianças antes da idade da razão. Não há como negar, isso é dogma da nossa fé (e eles afirmam que o Limbo nada tem a ver com o dogma!) Quando um bebê nasce, ele possui a alma espiritual em estado natural: capacidade de conhecer, pela razão natural, e capacidade de amar, por atos livres da sua vontade. Mas ela não está apta, apenas por sua natureza, a ter em si a presença de Deus, a graça santificante, a posse do Divino Espírito Santo. Em outras palavras: ela não é o templo da Santíssima Trindade. Deus Nosso Senhor quis que só mediante o batismo nos fosse dada, em acréscimo, esta capacidade de vida sobrenatural. (cf. S. Marcos 16, 15) Se alguém achar isso injusto, que vá se entender com Nosso Senhor lá na porta do céu. Não temos o que discutir o que é Revelado por Deus, basta-nos o ato de fé; e o batismo é o meio de obter a vida da graça, sendo, certamente, o melhor para nós, o mais fácil, o mais comum, o mais usual. As Sagradas Escrituras nos trouxeram pelo menos um exemplo maravilhoso desta imensa bondade e misericórdia de Deus, que facilitou a entrada de tantas almas na visão beatífica: o batismo é dado com água, e qualquer pessoa pode batizar. Foi na estrada de Gaza, onde viajava o eunuco da Rainha da Etiópia, sentado em um carro, lendo o livro de Isaías. A ele foi enviado o diácono Felipe, por obra do Espírito Santo. E ali mesmo, na beira da estrada, o pobre homem pergunta a Felipe: "Eis água, que motivo me impede de ser batizado". (Atos, 8, 26) E Felipe o batiza, na beira da estrada, em açude ou riacho, e o milagre se consuma: aquela alma já não é um pagão, já não é incapaz da graça, mas tornou-se luminosa, filho de Deus, plenamente apta para a vida sobrenatural e mergulhada nela. E este milagre, os falsos teólogos querem roubar das criancinhas, atacando um dos flancos da muralha protetora da fé, que é o Limbo.

O que é o Limbo?

Diante da guerra levantada contra a doutrina católica sobre o Limbo, as pessoas sem formação tendem a pensar que este lugar é um castigo, quando na verdade não é. Trata-se de um lugar apropriado para a capacidade de uma alma humana impedida, pela presença do pecado original, de ter a vida sobrenatural. E o que acontece com esta alma, no Limbo? Ela vai agir segundo as suas capacidades naturais, e isto vai depender da idade em que tiver morrido. Se chegou a desenvolver um pouco sua inteligência e sua vontade, poderá receber algum conhecimento natural de Deus e dos eleitos do paraíso, que lhe trará uma felicidade natural compatível com o seu estado. É, portanto, um lugar de paz, de felicidade natural. Não é um lugar de visão beatífica, porém isso não afeta as almas dali, pois elas não têm nem mesmo a noção do que seja a visão beatífica, não podendo assim desejá-la ou sentir inveja dos eleitos do Paraíso. Ao contrário, Deus pode perfeitamente alegrar estas alminhas permitindo que algum lampejo da luz do Céu venha iluminar este lugar, como fogos de artifício para que batam palmas ao Criador.

Onde querem chegar?

Vários erros modernistas, da Nova Teologia de Henri de Lubac, von Balthasar e outros exigem as mudanças que esta comissão tenta empurrar goela abaixo aos católicos. Toda a Nova Teologia e Vaticano II baseiam-se na redução da ordem sobrenatural à ordem natural. Ou seja, a graça e a glória do céu deixariam de ser acréscimos sobrenaturais dados gratuitamente por Deus, para fazerem parte da própria natureza do homem. A partir daí, fica fácil introduzir outras novidades, como a salvação universal de todos os homens, já ao nascer, ou ainda o emparelhamento de todas as religiões como sendo eficazes para salvar os homens. De fato, se as crianças mortas sem batismo vão necessariamente para o céu, já não se faz necessária a fé católica, abre-se a porta para o ecumenismo radical e alucinado proposto durante mais de trinta anos por João Paulo II. Abre-se também as portas para canonizações de pessoas que, pelos critérios católicos, nunca alcançariam os altares. O próprio João Paulo II, absurdamente proposto para ser beatificado; Madre Tereza de Calcutá, a queridinha da mídia mundial, que proibia que fossem batizados, em seus hospitais, as crianças em perigo de morte vindas de outras religiões. Se elas iriam para o céu, então esta atitude seria tolerável, mas se a doutrina verdadeira, do Limbo, é a tradicional, então esta religiosa nunca poderá ser canonizada pelos ritos tradicionais, tendo impedido tantas e tantas alminhas de irem para o céu.

Ainda na questão das intenções destes agentes do mal, devemos assinalar a frase citada na imprensa: "o limbo representava um "problema pastoral urgente", pois há cada vez mais crianças que nascem de pais não católicos e que não são batizados e também "outras que não nasceram ao serem vítimas de abortos". A se confirmar o teor desta afirmação, estamos diante de um curioso critério dogmático: já que Vaticano II derrubou a fé católica no mundo inteiro, aumentou consideravelmente o número de crianças nascidas de pais não católicos. Cabe então, segundo a frase citada, uma modificação no dogma católico, para arrombar a porta do céu, explodir tudo, deixar entrar todo mundo, batizado ou não batizado, vindos de pais católicos ou não. É impressionante a pretenção dos desvairados: arrombaram as portas da Igreja com sua "abertura ao mundo" e com isso acham, sem se darem conta do ridículo, que abriram também as portas do céu.

Não estamos mais em 1965, ou em 1969. Naqueles dias, os católicos enguliram a heresia progressista sem perceber e hoje já não sabem mais o que são. Diante destes fatos urge ao católico armar-se com a armadura de Deus, resistindo-lhes fortes na fé, com a espada da verdade, o elmo da salvação, a alegria no coração no bom combate, na esperança da salvação, na vida eterna do céu.

Dom Lourenço Fleichman OSB
http://www.capela.org.br/Artigos/limbo.htm

01/04/2007

Ateísmo e Fé


“Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e Vos não amam” (Oração do Anjo de Portugal – Fátima, 1916).

Há algum tempo, um articulista do suplemento cultural de prestigioso jornal, reconhecendo a antipatia que a palavra ateu causa na maioria das pessoas, propôs, copiando a idéia de outros ateus americanos, que aquele nome seja substituído por outro mais simpático, com carga de significado positiva, por exemplo a palavra “brilhante” (bright no original), à semelhança do que fizeram os homossexuais ianques ao autodenominarem-se gays (alegres), para amenizar o antagonismo suscitado em outrem por seu modo de vida.

Os autores da “brilhante” idéia criaram um site com a lista dos maiores ateus da história, “para encorajar outros a assumir seu ceticismo, sua noção não-religiosa da realidade, sua dúvida em relação a entidades imateriais”, acrescenta o ateu nativo.

Outro americano, um biólogo, também gestor de um site, que logo aderiu ao movimento, anotou que “nós, os brilhantes, não acreditamos em fantasmas ou elfos ou no coelhinho da Páscoa – nem em Deus”.

Não há como deixar de sorrir ao ler a proposta, pela franqueza quase ingênua com que essas mentes “brilhantes” desvendaram em público as mais recônditas razões de seu ateísmo, que se entremostram sob a convencional ostentação vaidosa, baseada na pseudofundamentação científica de sua crença.

O ateísmo rejeita a natureza espiritual do homem, embora a sua mera existência e condição de ser racional clamem em favor dela. O ateísmo é, portanto, uma revolta contra a natureza. Daí a aversão que a própria palavra suscita - como bem observaram os proponentes da idéia - no comum das pessoas. Daí também a inutilidade de mudar-lhe o nome – “a rosa, com outro nome, teria o mesmo cheiro”, diz a Julieta de Shakespeare – pois certas coisas têm odor inconfundível com qualquer nome.

Não deixa de ser curiosa a solução proposta. Assim como a alegria genuína só pode florescer na conformidade com a própria natureza - e por isso mesmo os santos são com justeza chamados “Beatos” (felizes), pois realizaram a plenitude de sua individualidade num desabrochar espiritual – também a razão humana só refulge plenamente ao reconhecer a própria contingência, e sujeitar-se à suprema inteligência do Criador do universo.

Analogamente, a palavra “brilhante”, em sentido figurado, sempre significou “ilustre”, “próspero”, “arrebatador”, e também “feliz”, aplicando-se em especial àquelas mentes privilegiadas, capazes, não só de um relâmpago de súbita compreensão, mas também de reduzir as outras pelo fulgor da inteligência. Ao contrário, é um paradoxo autodenominarem-se “brilhantes” indivíduos cuja mente opaca, porque centrada num auto-suficiente narcisismo, revela-se mais impenetrável à luz da verdadeira intelectualidade. Para esses mais calharia o epíteto de “tenebrosos”.

Ao inverso do que procuram fazer crer alguns ateus, o ateísmo nunca é conseqüência de madura reflexão, ou resultante inelutável do conhecimento científico ou filosófico; é freqüentemente uma escolha pré-racional de ordem metafísica, fruto de orgulho e rebeldia, uma manifestação da puberdade intelectual, como a acne o é da biológica.

Para afirmar o próprio ego, o adolescente busca rejeitar a autoridade; a constatação é de psicologia elementar. Não é raro, nesta fase, a rebeldia juvenil manifestar-se como ateísmo Só que com o tempo o jovem normal supera essa etapa, insere-se como indivíduo e como ser humano na ordem hierárquica da sociedade e do mundo. Amadurece e torna-se adulto, freqüentemente retornando à fé aprendida na infância, numa volta superior da espiral de crescimento intelectual, ou, se não a teve, buscando com sinceridade respostas às grandes questões metafísicas, o que pode levar à conversão.

Pode dar-se que o ateísmo juvenil perdure por inércia na idade adulta, por falta de reflexão ou desinteresse; assim também há indivíduos “religiosos” por inércia, a carregar uma “fé” puramente social e convencional. Ateus (e crentes) deste tipo são em geral tolerantes, e, se bem formados, respeitadores das crenças alheias.

Coisa bem diversa é ateísmo militante, cujos aderentes encaram a descrença como dogma, e a destruição da fé em Deus como um apostolado. Esses, em sua revolta anti-espiritual contra a autoridade divina, fixam-se na adolescência, e elegem o próprio ego como deus de si mesmos. A posteriori, buscando justificativas racionais para a escolha feita, encantam-se ainda mais com a própria inteligência, sobretudo se adquiriram um cabedal de informações científicas e filosóficas, ou lograram reconhecimento da seleta igrejinha do mundo acadêmico, cujo shibboleth consiste precisamente na profissão de fé materialista e atéia.

Todavia, ao contrário do que propalam, sua opção nada tem de racional, explicando-se melhor por um processo emocional.

Ilustração exemplar desse processo é fornecida, numa narrativa autobiográfica, pelo jornalista e escritor Paulo Francis, ex-guru de uma geração de esquerdistas brasileiros antes de renegar o marxismo, o que o transformou ipso facto na besta-fera do seu antigo cortejo de aduladores

Francis, que infelizmente recalcitrou no ateísmo até sua morte repentina, assim descreve o episódio de sua “conversão”:

“Foi no estribo de um bonde, ... que, finalmente, cheguei à conclusão de que God não existia. Eu vinha discutindo comigo mesmo há (sic) meses, a polêmica mais difícil que já tive na minha vida, e, de repente, as peças do quebra-cabeça entraram todas no lugar. Uma sensação maravilhosa, uma prize (sic), o corpo todo se relaxou, o vento na cara ficou vivo, a mão no balaústre se fortaleceu (“Paulo Francis Nu e Cru”- Editora Codecri – Rio, 1976 – p. 89)”.

Como se vê, a opção ateísta nada tem de racional: onde se nota, no relato de um dos mais brilhantes e festejados intelectuais brasileiros do último quartel do século XX, qualquer indício de racionalidade? Onde o silogismo, onde a prova intelectual, onde o cabedal de informação científica que é alardeado pelos “brilhantes” como fundamento de seu ceticismo?

Ao contrário, a crer em Francis (e nada indica que o seu processo difira do de outros ateus, a não ser na sinceridade do relato), a opção pela descrença antes resulta de uma prise pré-intelectual que se aproxima curiosamente do que um zen-budista denominaria de “pequeno satori”. O processo vivenciado por ele guarda analogias com a técnica zen denominada koan: o praticante rumina continuamente durante longo tempo um paradoxo insolúvel (por exemplo: “como era meu rosto antes de nascer?”), até que a mente exausta rende-se e deixa ruir o arcabouço conceitual.

Isto permite que o indivíduo experimente uma súbita percepção da realidade sem a interferência dos processos mentais, cujo sintoma mais claro, no caso de Francis, foi a nitidez de suas sensações físicas: o vento no rosto, a força ao empunhar o balaústre. Ao mesmo tempo, “todas as peças do quebra-cabeças encaixaram-se em seus lugares”. Trata-se, obviamente, de uma experiência emocional, quase mágica, logo anti-racional.

A diferença é que o praticante zen interpreta essa experiência em termos da Weltanschhaung budista: “não há eu nem outro, apenas a natureza de Buda”, e a isto denomina satori, ou iluminação. Francis, sem essa referência, interpretou-a em termos de uma “conclusão” pela inexistência de Deus, quando o que se esfumara fora apenas a “idéia” de Deus por ele formulada: na verdade um ídolo modelado pela mente do próprio sujeito. Trata-se aqui, mais uma vez, do clássico erro do pensamento moderno, de tomar o “conhecer” pelo “ser”, a confusão entre gnosiologia e ontologia: “o que existe em minha mente é real; o que não existe em minha mente não é real”. Eis aí toda a tragédia do nosso tempo.

Por conseguinte, embora ostentados como de rigor pelos ateus falantes, tais como os auto-intitulados “brilhantes”, o descortino intelectual e o conhecimento científico nada têm a ver com o ateísmo. Muitos dos ateus mais empedernidos ostentam uma ignorância impenetrável sobre tudo o que não se relacione aos seus próprios conceitos, que a seu ver constituem nada menos que a enciclopédia do conhecimento.

Acreditando compor uma seleta elite, esses ateus, ao fazerem da própria descrença um dogma e da “ciência” uma seita, olham de cima para os que crêem em Deus, considerando-os como pessoas de mentes infantis, incapazes de escalar as alturas de sua própria compreensão. Isso os infla ainda mais de auto-importância e satisfação consigo mesmos.

Essa visão tem a vantagem suplementar de permitir a criação de uma moral “ad hoc”, da qual tudo que é penoso pode ser excluído. “Se não há Deus, tudo é permitido”, clama uma personagem de Dostoievsky”, creio que o Raskolnikov de ”Crime e Castigo”. Sendo assim, cada um pode gozar a vida como lhe parecer. Isso e mais o louvor dos doutos: que mais pode um ego desejar?

Como a inexistência de Deus carece de prova filosófica – ao contrário de sua existência, demonstrada racionalmente desde Aristóteles (vide artigo a tal propósito neste site) – o ateu inseguro, mas presunçoso, precisa reforçar a própria descrença (ou antes, crendice) pela corroboração de outros egos e o aplauso público.

Daí a necessidade de criar um site com o rol dos ateus famosos, em cuja seleta companhia o ateu medíocre complacentemente se coloca, “brilhante” entre seus iguais, mas olimpicamente acima da humanidade ordinária. Apenas, infelizmente, não se podem incluir naquele rol Aristóteles, fundador da ciência ocidental; nem Descartes, pai do racionalismo moderno; nem Galileu, ícone predileto do martiriológio anti-católico, mas ele próprio auto-proclamado católico; nem Einstein; et caeteri , apenas para citar alguns dos reconhecidos pelo establishment acadêmico.

Daí também a arrogância ridícula de lançar no mesmo balaio a crença em Deus e no coelhinho da Páscoa, como fez o tal biólogo ianque, para desqualificar intelectualmente, de maneira bem pouco científica e nada ética, aqueles que professam ponto de vista diverso do dele próprio. A crença em elfos e fantasmas calha melhor ao ateísmo que ao teísmo, pois, como disse Chesterton, o problema do céptico não é não crer em nada, mas sim crer em tudo.

Os falsos “brilhantes” crêem, sim, em elfos, fantasmas e no coelhinho da Páscoa, desde que convenientemente apresentados em jargão acadêmico, bem disfarçados com a capa do racionalismo – essa fé irracional na razão – e devidamente chancelados com o aval da “comunidade científica”.

Embora invocando Dawkins, autor de “O Relojoeiro Cego” (ou seria “O Biologista Cego”?), que afirma que a natureza tem design, mas não designer, o subscritor do artigo admite que “afinal, a ciência não pode responder a perguntas como ‘O que existia antes do que existe?’”.

Trata-se de um rasgo de honestidade intelectual que obrigaria qualquer ateu, que não cegado pela paixão dogmática, a conceder à crença em Deus pelo menos o benefício da dúvida.

Não é essa a conduta de Dawkins, que no livro citado busca precisamente comprovar “cientificamente” a inexistência do “Designer” da natureza. É uma tentativa canhestra. Numa de suas linhas de argumentação vale-se de um programa de computador, apto a formar uma sentença de Shakespeare a partir da combinação “casual” das letras do alfabeto.

Esqueceu-se o ilustre sábio de que, sem um experimentador inteligente, capaz de conceber o computador e o programa, e determinado a alcançar um objetivo preciso (a “demonstração” em causa), não haveria experimento possível. Isto para não mencionar a necessária preexistência do idioma inglês e da obra do dramaturgo de Stratford, presumivelmente, também, produtos da inteligência e da intenção.

Para efetivamente comprovar a possibilidade de produzir-se um “design” sem “designer”, o sagaz cientista deveria realizar um experimento sem experimentador, pois este, forçosamente, assume a função de Criador do seu micro-sistema, demonstrando assim o oposto do que pretendia.

Mas não se trata de uma exceção, pois muitos ateus e materialistas abusam da equivocidade do termo “ciência” para eximir-se de comprovar a razoabilidade da própria crença.

Cumpre distinguir entre ciência como método de conhecimento experimental do mundo fenomênico, apto a produzir conclusões verdadeiras no estreito âmbito de sua competência, mas que obviamente não pode mesmo responder às grandes indagações metafísicas, e “ciência” como seita, pseudo-religião, ou anti-religião, e como tal congregação de aderentes a um conjunto de proposições filosóficas hipotéticas, mas tidas como apodícticas, porque pretensamente demonstradas pela “ciência” na primeira acepção.

Essa distinção é propositalmente escamoteada pelos ideólogos do ateísmo, que deslealmente apresentam teorias e hipóteses incomprovadas e incomprováveis como verdades científicas cabalmente demonstradas, no afã de demolir a fé em Deus e ridicularizar aqueles que nele crêem. Não por acaso, em recente entrevista, aquele mesmo ideólogo materialista declarou seu “desprezo” por quem crê num Deus criador. Tal comportamento sectário aproxima-o dos mais estreitos fanáticos de falsas crenças religiosas - “et pour cause”.

O “ateu de passeata” é o análogo complementar do falso crente: acredita piamente em si mesmo e na própria incredulidade, como aquele na própria “idéia” de Deus. Ambos são, no fundo, adoradores de si mesmos.

Ao revés, o homem que crê em Deus e professa a Revelação contida na doutrina católica, embora também sujeito, em razão do pecado original, à tirania do egoísmo, aceita a priori a própria contingência: sabe-se finito, mortal e sujeito a leis – naturais e morais - que não criou nem pode alterar. Essa humildade embrionária é o solo no qual pode germinar, pela graça da Fé, a virtude da Fé.

Fé não é crendice, nem ausência de dúvida, inerente à própria condição humana, tal como se apresenta após a queda. Fé é, ao mesmo tempo, graça e virtude.

A Fé enquanto graça é um Dom gratuito de Deus: não pode crer senão aquele a quem Deus concedeu esse favor, sendo a predisposição necessária para tanto a constatação da própria insignificância, aquela humildade embrionária acima referida, e a aceitação do magistério da Igreja. A graça, uma vez aceita e não impedida, torna-se habitual no “estado de graça”, cultivado pela observância dos Mandamentos e a freqüência aos Sacramentos. Age eficazmente na alma, suscitando a virtude teologal do mesmo nome, coirmã da Esperança e da Caridade.

Fé enquanto virtude é algo que pode crescer, como um “organismo espiritual”, em sinergia com outras virtudes, pela prática da oração e sempre sob o influxo da graça, até o desabrochar de uma plenitude de certeza, que já é contemplação. O fim da contemplação é o amor de Deus, a Caridade, a última das virtudes, a consumar-se na visão Beatífica, e o primeiro e maior dos mandamentos:

“Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças” (Mc 12, 28).


Victor Peregrino, A.C.Montfort