21/06/2007

Mesa x Altar

Em tempos pós conciliares, aonde o Sacrário/Tabernáculo fora removido/arrancado do foco central de nossas Igrejas, aonde a Presença Real para muitos parece ser irreal, aonde deixam de dar o "melhor" para honrar o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, aonde literalmente demolem nossos altares em nome de um falso Ecumenismo, tentando assim igualar/rebaixar o Sacrifício do Calvário em uma mera "Ceia Protestante", Protestantes esses que NEGAM o aspecto PROPRICIATÓRIO da mesma; eis um pequeno mas elucidante vídeo aonde podemos notar a ENORME diferença no tratamento das coisas Sagradas.


Rezemos pelos que não tem acesso a Missa Romana, mas rezemos também para os que tem que passar por situações como esta do Indulto (insulto) abaixo.

Mas dentro das circunstâncias, eu diria que eles ainda conseguiram fazer muito, parabéns á esses filhos zelosos de Deus.



10/06/2007

Virgem de Guadalupe

A Virgem de Guadalupe:
desafio à ciência moderna

Para o ateu moderno, acostumado a dar valor só ao que julga provado pela ciência, o milagre de Guadalupe, no México, é no mínimo constrangedor. Pois a ciência prova que houve milagre!

Valdis Grinsteins

Uma pessoa não totalmente atéia, mas profundamente contaminada pelo pensamento moderno, dizia-me que aquilo que não é provado cientificamente não existe. Mas — típica contradição da alma humana — não queria falar do Santo Sudário de Turim, pois as descobertas científicas sobre ele a abalavam; e se fosse obrigada a olhar o assunto de frente, teria de negar o valor da ciência ou... converter-se.

Vejamos o problema do ponto de vista desses amantes indiscriminados da ciência. Para eles, tudo aquilo que não se demonstra em laboratório entra para o domínio da fantasia. Ciências, com C maiúsculo, são para eles a Física, a Química, a Biologia, etc. Já a História lhes parece suspeita, pois é irrepetível e muito subjetiva, ao depender de testemunhas. Muito mais ainda se for história eclesiástica, e o auge do suspeito lhes parecem as histórias dos milagres. São como o Apóstolo São Tomé, que precisou ver para crer. Para esse tipo de almas incrédulas, que havia até entre os Apóstolos, Nosso Senhor realiza certo tipo de milagres, de forma que não possam alegar a falta de provas. E uma dessas provas é a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, no México.(1)

No dia 9 de dezembro de 1531, na cidade do México, Nossa Senhora apareceu ao nobre índio Quauhtlatoatzin — que havia sido batizado com o nome de Juan Diego — e pediu-lhe que dissesse ao bispo da cidade para construir uma igreja em sua honra. Juan Diego transmitiu o pedido, e o bispo exigiu alguma prova de que efetivamente a Virgem aparecera. Recebendo de Juan Diego o pedido, Nossa Senhora fez crescer flores numa colina semi-desértica em pleno inverno, as quais Juan Diego devia levar ao bispo. Este o fez no dia 12 de dezembro, acondicionando-as no seu manto. Ao abri-lo diante do bispo e de várias outras pessoas, verificaram admirados que a imagem de Nossa Senhora estava estampada no manto. Muito resumidamente, esta é a história, que foi registrada em documento escrito. Se ficasse só nisso, facilmente poderiam os céticos dizer que é só história, nada há de científico.

Os problemas para eles começam com o fato de ter-se conservado o manto de Juan Diego, no qual está impressa até hoje a imagem. Esse tipo de manto, conhecido no México como tilma, é feito de tecido grosseiro, e deveria ter-se desfeito há muito tempo. No século XVIII, pessoas piedosas decidiram fazer uma cópia da imagem, a mais fidedigna possível. Teceram uma tilma idêntica, com as mesmas fibras de maguey da original. Apesar de todo o cuidado, a tilma se desfez em quinze anos. O manto de Guadalupe tem hoje 475 anos, portanto nada deveria restar dele.

Uma vez que o manto (ou tilma) existe, é possível estudá-lo a fim de definir, por exemplo, o método usado para se imprimir nele a imagem. Comecemos pela pintura. Em 1936, o bispo da cidade do México pediu ao Dr. Richard Kuhn que analisasse três fibras do manto, para descobrir qual o material utilizado na pintura. Para surpresa de todos, o cientista constatou que as tintas não têm origem vegetal, nem mineral, nem animal, nem de algum dos 111 elementos conhecidos. “Erro do cientista” — poderia objetar algum cético. Difícil, respondemos nós, pois o Dr. Kuhn foi prêmio Nobel de Química em 1938.(2) Além do mais, ele não era católico, mas de origem judia, o que exclui parti-pris religioso.

No dia 7 de maio de 1979 o prof. Phillip Serna Callahan, biofísico da Universidade da Flórida, junto com especialistas da NASA, analisou a imagem. Desejavam verificar se a imagem é uma fotografia. Resultou que não é fotografia, pois não há impressão no tecido. Eles fizeram mais de 40 fotografias infravermelhas para verificar como é a pintura. E constataram que a imagem não está colada ao manto, mas se encontra 3 décimos de milímetro distante da tilma. Para os céticos, outra complicação: verificaram que, ao aproximar os olhos a menos de 10 cm da tilma, não se vê a imagem ou as cores dela, mas só as fibras do manto.

Convém ter em conta que ao longo dos tempos foram pintadas no manto outras figuras. Estas vão se transformando em manchas ou desaparecem. No caso delas, o material e as técnicas utilizadas são fáceis de determinar, o que não acontece com a imagem de Nossa Senhora.

Um olho da Imagem visto de perto

Talvez o que mais intriga os cientistas sobre o manto de Nossa Senhora de Guadalupe são os olhos dela. Com efeito, desde que em 1929 o fotógrafo Alfonso Marcué Gonzalez descobriu uma figura minúscula no olho direito, não cessam de aparecer as surpresas. Devemos primeiro ter em vista que os olhos da imagem são muito pequenos, e as pupilas deles, naturalmente ainda menores. Nessa superfície de apenas 8 milímetros de diâmetro aparecem nada menos de 13 figuras! O cientista José Aste Tonsmann, engenheiro de sistemas da Universidade de Cornell e especialista da IBM no processamento digital de imagens, dá três motivos pelos quais essas imagens não podem ser obra humana:

• Primeiro, porque elas não são visíveis para o olho humano, salvo a figura maior, de um espanhol. Ninguém poderia pintar silhuetas tão pequenas;

• Em segundo lugar, não se consegue averiguar quais materiais foram utilizados para formar as figuras. Toda a imagem da Virgem não está pintada, e ninguém sabe como foi estampada no manto de Juan Diego;

• Em terceiro lugar, as treze figuras se repetem nos dois olhos. E o tamanho de cada uma delas depende da distância do personagem em relação ao olho esquerdo ou direito da Virgem.

Esse engenheiro ficou seriamente comovido ao descobrir que, assim como os olhos da Virgem refletem as pessoas diante dela, os olhos de uma das figuras refletidas, a do bispo Zumárraga, refletem por sua vez a figura do índio Juan Diego abrindo sua tilma e mostrando a imagem da Virgem. Qual o tamanho desta imagem? Um quarto de mícron, ou seja, um milímetro dividido em quatro milhões de vezes. Quem poderia pintar uma figura de tamanho tão microscópico? Mais ainda, no século XVI...

Tentativa de apagar o milagre

Assim como meu conhecido não desejava falar do Santo Sudário, outros não querem ouvir falar dessa imagem, que representa para eles problemas insolúveis. O anarquista espanhol Luciano Perez era um desses, e no dia 14 de novembro de 1921 colocou ao lado da imagem um arranjo de flores, dentro do qual havia dissimulado uma potente bomba. Ao explodir, tudo o que estava perto ficou seriamente danificado. Uma cruz metálica, que ficou dobrada, hoje se conserva no templo como testemunha do poder da bomba. Mas... a imagem da Virgem não sofreu dano algum.

E ainda ela está hoje ali, no templo construído em sua honra, assim como uma vez esteve Nosso Senhor diante do Apóstolo São Tomé e lhe ordenou colocar sua mão no costado aberto pela lança. São Tomé colocou a mão e, verificada a realidade, honestamente acreditou na Ressurreição. Terão essa mesma honestidade intelectual os incrédulos de hoje? Não sei, porque assim como não há pior cego do que o que não quer ver, não há pior ateu do que o que não deseja acreditar. Mas, como católicos, devemos rezar também por esse tipo de pessoas, pedindo a Nossa Senhora de Guadalupe que lhes dê a graça de serem honestas consigo mesmas.

E-mail do autor: valdisgrinsteins@catolicismo.com.br

___________________________________

Notas :

1. Para a elaboração deste artigo, utilizamos o material publicado no site http://www.reinadelcielo.org/estructura.asp?intSec=1&intId=42, ao qual remetemos os leitores interessados em mais dados.

2. http://nobelprize.org/chemistry/laureates/index.html

03/06/2007

São Vicente Leríns e o teste da Tradição


O Concílio de Trento emprega este trabalho quando fala da interpretação da Sagrada Escritura. Os católicos devem se prender à interpretação dada pela Igreja como regra, mas outra coisa é a interpretação unânime dos pais da Igreja que é declarada infalível. Ambos aspectos são tratados no trabalho de São Vicente, aonde ele indica que as Escrituras são capazes de serem interpretadas de muitas maneiras; por isso a necessidade da igreja. São Vicente diz:
"como eles [os Católicos] devem distinguir a verdade da mentira nas Sagradas Escrituras? Eles devem ter muito cuidado para seguir esse curso que, no começo deste Commonitory, nós dissemos que os Santos e homens instruídos nos comandaram a interpretar o Sagrado Canon de acordo com as tradições da Igreja universal e de acordo com as regras da Doutrina Católica, aonde Católicos e a Igreja universal, devem seguir a universalidade, antiguidade e consentimento. E se em qualquer altura uma parte opõe-se ao todo, novidade invés da antiguidade, o(s) dissidente(s) que estão no erro no consentimento do todo, ou em todos os eventos da grande maioria dos Católicos, então deverão preferir a profundidade do todo ao invés da corrupção de uma parte; na qual esse mesmo todo eles terão de preferir na religião da antiguidade ao invés da profanidade da novidade; eles devem preferir primeiramente, se tiver, os decretos gerais de um Concílio universal, e se não houver nenhum tal, eles devem seguir vários dos muitos grandes mestres da Igreja. Nos quais seus ensinos tem sido fiéis, sóbrios e escrupulosamente observados, aí teremos pouca dificuldade em detectarmos os nocivos erros dos hereges na medida que eles aparecerem."
São Vicente questiona como devemos discernir a falsa doutrina e novidades, do verdadeiro ensino da Igreja. Sua resposta é sempre a mesma. Devemos buscar referências passadas dos anciãos. Porque essa doutrina é verdadeira, e é ensinada na Igreja Universal no passado. Se uma doutrina não está implicitamente contida no que esteve ensinado sempre, conseqüentemente deva ser falsa. As regras de São Vicente são bem conhecidas:
"além disso, na própria Igreja Católica, todo o cuidado possível deve ser tomado, para que nós possamos manter essa Fé que fora acreditada em toda parte, sempre, por todos. Pois isso é verdadeiramente e estritamente "Católico," na qual o próprio nome e razão declara, compreende toda universalilade. Esta regra nós devemos observar e seguir universalmente, antiguidade e consentimento.

(continuação em breve)