Neste momento dramático da vida da Santa Igreja, momento em que a Fé se encontra ameaçada gravissimamente, uma voz episcopal se levanta e confirma os fiéis na Fé de seu Batismo. De quem é esta voz senão do Bispo perseguido, caluniado, acusado de rebeldia, etc., etc., etc.? E por que é ele perseguido, caluniado, acusado? Justamente porque defende a Fé e este crime não tem perdão para o mundo moderno.
O mundo moderno aceita tudo, aceita até mesmo a Tradição, contanto que a Tradição aceite o mundo moderno. O mundo moderno é um dissolvente altamente concentrado. Ele aceita tudo o que ele pode dissolver, menos a Fé Católica indissolúvel, menos a Fé integral, menos a íntegra, pura e imaculada Doutrina Católica, e é isto que está em jogo neste momento dramático para a Tradição. Vamos dividir a Fé como propôs Salomão às duas mulheres que disputavam uma criança? A Roma modernista diz: “Sim, dividamos a Fé, façamos uma barganha. Por que não?” Dom Williamson diz: “Não, non possumus!”, e nós com ele: “Non possumus!” Como São Pedro aos fariseus nós dizemos: “Não podemos não pregar em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo! Julgai vós mesmos se é melhor obedecer aos homens do que a Deus”. A criança deve viver, como no julgamento de Salomão. No caso presente não é a criança que deve viver, mas a mãe, Nossa Mãe a Santa Igreja. Dividi-la, dando um pedaço aos modernistas e um pedaço aos tradicionalistas? Jamais!
Por todas estas razões nós dizemos e proclamamos: “Honra e glória a Dom Williamson e a todos os padres que defendem a Fé sem compromisso com os inimigos da Fé católica”. Alguns talvez se escandalizem pelo simples fato de falarmos de inimigos nesta terrível batalha. Se este é o seu caso, caro leitor, lembre-se de que a Igreja aqui na terra é chamada de militante porque ela milita contra três cruéis inimigos, como diz o Catecismo do Concílio de Trento, os quais são o demônio, o mundo e a carne. Lembre-se também da oração: “Pelo sinal da santa Cruz, livrai-nos, Deus Nosso Senhor, de nossos inimigos”. Lembre-se também do que disse São Pio X, que festejamos hoje. Os inimigos da Igreja se encontram atualmente nas veias mesmo da Igreja.
Estes inimigos estão em Roma, infelizmente, esta Roma que quer fazer um acordo com a Tradição, ou seja, a Roma modernista que quer fazer um acordo com a Roma eterna. Para que fim? Mesmo que não saiba qual é a intenção do coração de Bento XVI, não é difícil saber que fim terá tudo isto se este acordo (cujos frutos amargos já se fazem sentir, antes mesmo de concluídos) se realizar. O fruto, que já se está vendo, será o silêncio da Tradição, mas como diz São Gregório Magno: “A Igreja prefere morrer a se calar”. Logo ela, a verdadeira mãe, não se calará, não fará este vergonhoso acordo, mas continuará a falar, pregar e trabalhar pela salvação de seus filhos. É o que estão fazendo padres corajosos, e é o que está fazendo Dom Williamson. Por esta razão dizemos: “Honra e glória a Dom Williamson, sucessor dos apóstolos e confessor da Fé.”
Honra e glória ao Bispo que fez 99 crismas em oito dias e dirigiu sua palavra apostólica 15 vezes a públicos diversos que, somados, representam mais de 300 pessoas, neste vasto Brasil, evangelizado pelos portugueses e agora por um Bispo da outrora “ilha dos santos”.
Nosso mosteiro da Santa Cruz e os fiéis do Rio, Salvador, Vitória, Campo Grande (aonde um atraso nas conexões impediram a ida de Dom Williamson), Maringá e Nova Friburgo agradecem a solicitude de um verdadeiro filho de Dom Lefebvre, fiel aos seus ensinamentos, que veio nos confirmar não só com o sacramento, mas também com sua profunda compreensão da doutrina revelada, dos erros modernos e dos remédios aos males de hoje, entre os quais se destaca com um brilho todo especial o Santo Rosário, que Dom Williamson nos recomenda rezar integralmente todos os dias.
Que a Virgem Santíssima nos obtenha a graça de vigiar e orar para não entrarmos na tentação dos acordos e para vencermos a serpente infernal que quer destruir a Tradição.
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