É imprecionante como muitos dos Católicos, mesmo os Tradicionais, conseguem ser enganados nesse quesito da concepção que, para mim, parece ser um de suma importância para que Cristo Rei volte a ser posto no lugar merecido, ou seja, acima das nações, sociedades e famílias. Deus é o Criador, e nós, apenas os colaboradores das concepções, tenhamos isso em mente, sempre!
A Europa, outrora baluarte do Catolicismo, morre aos poucos e um grande culpado disso chama-se anti-concepção. Católicos com mais de dois filhos na Europa já viraram raridade (o Brasil não parece estar muito diferente dessa média). Enquanto isso, testemunhamos os idólatras islamitas crescendo assustadoramente no velho continente, eles não praticam anti-concepção, assim como nossos antepassados, seja ela dita "natural" ou não.
Se voltarmos poucas décadas atrás, constataremos que nossos antepassados e os antepassados de nossos antepassados, não praticavam a anti-concepção e/ou o "planejamento familiar", salvo as raras exceções aonde se praticavam, por motivos graves, a verdadeira continência sexual, aonde se abstinham do prazer se quisessem abster da responsabilidade do fim primário da matrimônio que é a procriação e educação (educação básica e religiosa, e não a educação na Harvard é bom lembrar) da prole.
O que os coordenadores e advogados da mentalidade do "planejamento" pregam como "continência periódica" hoje em dia, não passa de uma desculpa esfarrapada, hipócrita e anti-católica. A "continência" deles consiste em procurar saber os períodos mais prováveis de uma eventual concepção para, nesses específicos dias, não praticarem suas relações sexuais a fim de não terem que aguentar o "fardo" (pois já se foi o tempo em que os filhos eram tidos como bençãos) de se ter uma criança, é a luxúria em sua mais velada forma, do jeito que o diabo gosta! É o prazer desligado da responsabilidade! É o fim primário do matrimônio sendo nivelado e/ou ultrapassado pelos secundários!
Desde quando burlar uma Lei de Deus pode ser considerado uma continência?!?!
Intitular isso como "continência" seria o mesmo que atribuir a mim uma virtude de jejum diário, que duraria mais ou menos de 11 da noite ás 7 da manhã, por exemplo.
Santo Agostinho , On Marriage and Concupiscence (Book I)
Chapter V, já nos ensinava que: "A união, então, do 'homem e da mulher' com o propósito da criação é o bem natural do casamento. Mas fazem um mau uso deste bem os que usam-no bestialmente, aonde sua intenção é a gratificação da luxúria, ao invés do desejo de uma nova vida.
The union, then, of male and female for the purpose of procreation is the natural good of marriage. But he makes a bad use of this good who uses it bestially, so that his intention is on the gratification of lust, instead of the desire of offspring.
http://www.newadvent.org/fathers/15071.htm
A Encíclica Casti Connubii (Casamento Cristão) do Papa Pio XI deixa claro que não existe circunstância em que o casal não possa, com a graça de Deus, cumprir fielmente sua obrigação de manter seu casamento santo.
Ainda assim alguns neo-conservadores insistem em fazer uma leitura míope da Encíclica supracitada. Eis a parte da Casti Connubiii (60) que eles interpretaram como um livre exame para escolher quem deve ou não vir á esse mundo.
"A Santa Igreja também sabe perfeitamente que frequentemente um dos cônjuges sofre o pecado mais do que comete, quando, por motivo verdadeiramente grave, admite a perversão da reta ordem, o que não consente e por isso não é culpado, contanto que, neste caso, se lembre da lei da caridade e não deixe de afastar e demover o outro do pecado. Nem se pode dizer que procedem contra a ordem da natureza aqueles cônjuges que usam do modo devido e natural, embora por causas naturais, quer do tempo, quer de certos defeitos, não possa nascer uma nova vida. É que, quer no próprio matrimônio, quer no uso do direito conjugal, há também fins secundários, como são o auxílio mútuo, o fomentar do amor recíproco e o aquietar da concupiscência, que os cônjuges de nenhum modo estão proibidos de intentar, contanto que se respeite sempre a natureza intrínseca do ato e por conseguinte, a sua subordinação ao fim principal."
A razão nos diz o que o Papa quis dizer com essas palavras: Não é errado usar o ato conjugal quando a mulher está grávida, amamentando, na menopausa ou no período estéril do mês (causas naturais do tempo). Depois o Papa ainda se refere a "certos defeitos", que a razão também nos diz ser a esterilidade em algum dos parceiros por uma ou outra razão. Mas isso com certeza não nos dá a permissão para fazer uso do ato conjugal EXCLUSIVAMENTE no período estéril, para EVITAR a concepção! Isso é o que os promotores do "rítimo" tentam erroneamente dizer que foi concedido pelo Papa, direito de se ter a concepção negada e/ou planejada.
Outro documento muito citado é a Humanae Vitae de Paulo VI, apesar dela REAFIRMAR a Doutrina de Sempre em sua primeira parte, aonde reinteraram que cada ato matrimonial deve parmanecer aberto á transmissão da vida, em seguida, na mesma HV, procederam em anular este princípio permitindo/tolerando o rítimo, rítimo esse que, ironicamente, impede a transmissão da vida!
Outra coisa que os neo-conservadores costumam dizer é que a diferença entre o rítimo e os anti-concepcionais (leia-se com química) é que no rítimo eles estão "abertos á vida"... Ora, se eles estão "abertos á vida", por que tanta preocupação com o mucus cervical, calendário, temperatura, etc.???
Será que a grande maioria (inclusive de católicos) que fazem uso dos anti-concepcionais químicos, não estariam "abertos a vida" -CASO- viessem a engravidar???
Esse assunto do rítimo é um dos que maiores hipocrisias geram á Igreja (leia-se homens que nela estão), pois afinal, a razão pela qual a Igreja proíbe o uso do anti-concepcional químico seria pela preocupação com os malefícios que os químicos dos remédios acarretariam as católicas (saúde física); ou seria pelo fim causado de se evitar uma gestação por tais remédios (saúde espiritual)???
Qual a diferença na intenção daqueles que usam métodos anti-concepcionais químicos, e os que usam os métodos ditos naturais?
Pode haver alguma diferença, mas o que é CONCRETO nesse caso é a "INTENÇÃO" de ambos: Evitar a gravidêz! Gravidêz essa que é o fim PRIMÁRIO do matrimônio. E é aí que reside um enorme perigo!
Suponhamos que essa "tolerância" dada pelas pessoas dos Papas seja lícita em CASOS GRAVES, ainda assim não conheço "UM SÓ EXEMPLO" de pessoas que sigam essas regras (demasiadamente abrangentes por sinal), muito pelo contrário. É a ambiguidade e a abertura de brincar de ser Criador nos assolando. A Conferência dos Bispos dos E.U.A quer colocar um curso/ensino do malfadado "planejamento familiar" (NFP) como mandatório aos noivos... Aonde iremos chegar?!?!
E por que digo que mesmo as tais "causas graves" parecem-me mal resolvidas? Vejamos os requerimentos para as tais "causas graves":
a) Consentimento mútuo ou boa vontade dos esposos.
Bom, essa é facilmente encontrada. O que não falta são homens e mulheres que colocam a Lua de Mel prolongada, o dinheiro, a tranquilidade e sombra fresca, a casa de praia, o carro importado, o Totó, o Miau, etc., á frente do fim primário de seus matrimônios.
Ainda assim é provável que ocorra inúmeros outros casos aonde somente um dos cônjuges deseja fazer tal "planejamento". E na grande maioria dos casos, são as mulheres que optam por "planejar", talvez por medo da dor do parto. Dores e angústias essas que Deus prometeu passar após o nascimento da criança, entrando assim, no lugar delas, a alegria de terem trago uma vida ao mundo, de serem mães. (São João 16:21)
b) Possibilidade de observar a continência periódica sem perigo de pecar.
Se hoje em dia, com a enorme falta de moral, especialmente da modéstia, é extremamente difícil não pecar contra o sexto e nono Mandamento sem fazer "continências" (leia-se abstenção no período "perigoso" de se engravidar), imagine então se abrirmos mãos dos nossos direitos matrimoniais?
Ou seja, o perigo de pecar é aumentado substancialmente na vasta maioria dos casos, se não em todos.
c) Uma justificativa ou causa suficiente: médica, eugênica, econômica ou social.
Observando atentamente essa causa(s) acima me indago: Quem nesse mundo não conseguiria se encaixar numa dessas "justificativas" (desculpas), principalmente na econômica e social, quem???
Os casais devem depositar toda sua confiança na Providência de Deus, pois o planejamento D'ele não falha! Ele sim sabe o que é melhor para nossas famílias, para nossa salvação!
Por essa "tolerância" do uso do rítmo ter sido, por vezes, algo "autorizado" por importantes autoridades da Igreja, não garante-nos o caso como encerrado. A infabilidade não foi exercida e a Tradição, assim como nos ensina St. Agostinho, não parece estar de acordo com essas novas concepções, ou seria anti-concepções?
Voltemos a Casti Connubii do Papa Pio IX...
Insídias contra a fecundidade
54. Mas, para tratarmos agora, Veneráveis Irmãos, de cada um dos pontos que se opõem aos diversos bens do matrimônio, falemos primeiro da prole que muitos ousam chamar molesto encargo do casamento e afirmam dever ser evitada cuidadosamente pelos cônjuges, não pela honesta continência (permitida até no matrimônio, pelo consentimento de ambos os cônjuges), mas viciando o ato natural. Alguns reclamam para si esta liberdade criminosa, porque, aborrecendo os cuidados da prole, desejam somente satisfazer a sua voluptuosidade, sem nenhum encargo; outros porque, dizem, não podem observar a continência nem permitir a prole, por causa das dificuldades quer pessoais, quer da mãe, quer da economia doméstica.
Primeiro ponto analisado: Aos que se opõem ao bem do Matrimônio, logo, tratou-se do fim primário, a prole. E na apóstata época que vivemos, podemos perceber com mais facilidade o porque do Papa dizer que muitos ousam chamá-la de molesto encargo, e que a mesma deve ser EVITADA.
Ele cita, também, a honesta continência, aquela que abre mão do privilégio matrimonial (sexo) caso queiram abrir mão do fim primário (prole). Parece que ele previa que inúmeras desonestas "continências" apareceriam... E por isso diz ser um crime e um egoísmo satisfazer suas voluptuosidades e/ou fugir de suas responsabilidades por desculpas como economia doméstica, dificuldade pessoal, da mãe, etc.
55. Mas nenhuma razão, sem dúvida, embora gravíssima, pode tornar conforme com à natureza e honesto aquilo que intrinsecamente é contra a natureza. Sendo o ato conjugal, por sua própria natureza, destinado à geração da prole, aqueles que, exercendo-a, deliberadamente o destituem da sua força e da sua eficácia natural procedem contra a natureza e praticam um ato torpe e intrinsecamente desonesto.
Creio que a necessidade e desejo da mulher estar mais apta a receber carícias e amor exatamente nos dias em que ela se encontra fértil nos mostra a intenção de Deus e, portanto, também da natureza em tal aptidão.
56. Não admira pois que, segundo atesta a Sagrada Escritura, a Majestade divina odeie sumamente este nefando crime e algumas vezes o tenha castigado com a morte, como recorda Santo Agostinho: “Ainda com a mulher legítima, o ato matrimonial é ilícito e desonesto quando se evita a concepção da prole. Assim fazia Onã, filho de Judá, e por isso Deus o matou” (Sto. Agost., De conjug., livro, II n. 12; cf. Gn 38, 8-10.).
http://www.capela.org.br/Magisterio/conubii2.htm
Agora, se checar calendário, tirar temperatura, etc, não for intenção de evitar a concepção da prole, confesso não saber o que poderá vir a ser!
Não é incomum vermos pessoas que já foram adeptas do rítimo (NFP ou PFN) terem remorsos e depressões, assim como as que foram adeptas da pílula anti-concepcional ou até mesmo do aborto.
Mais citações e análises ficarão para um próximo post, até lá, confiemos na Providência Divina quanto ao número de filhos (bençãos) Ele nos enviará.
A.M.D.G
Santa Catarina de Sena, vigéssimo terceiro filho de um humilde casal, rogái por nós!
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